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Burnout: entenda a síndrome que afeta os trabalhadores

Síndrome de burnout atinge aproximadamente 30% dos trabalhadores brasileiros

Os altos níveis de cansaço e estresse apresentados por trabalhadores têm alarmado especialistas e autoridades sanitárias do mundo há alguns anos. Nutrir esses sentimentos de maneira crônica pode ser indicativo da síndrome de burnout, também chamada de síndrome de esgotamento profissional.

Esse “apagão” das funções laborais é classificado pelo CID 11 (Classificação Internacional de Doenças) da seguinte forma: “burnout é uma síndrome conceituada como resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso”.

Devido à tensão oriunda do contexto laboral, o profissional não se sente à vontade para continuar realizando suas tarefas cotidianas e passa por grande sofrimento psíquico, podendo se sentir incapacitado para continuar a exercê-las. Em alguns casos, além do prejuízo à saúde mental, o paciente também pode apresentar sintomas físicos.

Em 2016, um levantamento da OMS (Organização Mundial da Saúde) e da OIT (Organização Internacional do Trabalho) estimou que 745 mil pessoas morrem anualmente de AVC e parada cardíaca isquêmica, em razão das longas horas de trabalho.

Neste artigo, ajudaremos você a entender melhor essa síndrome, a reconhecer seus sinais e como tratá-la.

Síndrome de burnout em números

O Future Form, centro de pesquisas e debates estadunidense, lançou uma pesquisa em fevereiro de 2023 relatando que 42% dos 10.243 profissionais entrevistados em várias partes do mundo relataram sofrer de burnout. Já o levantamento feito pela plataforma de empregos Indeed é ainda mais alarmante, 52% dos entrevistados afirmam apresentar a condição e 67% dizem que suas condições de trabalho pioraram ao longo da pandemia.

No Brasil, uma pesquisa da International Stress Management Association (Isma) revelou que cerca de 30% dos mais de 100 milhões de trabalhadores brasileiros sofrem de burnout.

Outro fator que impactou a vida dos trabalhadores foi a maior adesão das empresas ao modelo híbrido de trabalho. Embora trabalhar de casa, em teoria, tenha como vantagem a flexibilização das horas dedicadas às atividades pagas, isso nem sempre acontece na prática.

Conforme levantamento global do instituto de pesquisas ADP, o número de horas extras sem remuneração chega a 8,5 horas por semana.

Como reconhecer a síndrome de burnout

Segundo descrita no CID 11, a síndrome de burnout se manifesta em três dimensões, embora o número de sintomas apresentados pelo paciente possa variar em grau e extensão:

  • Exaustão ou esgotamento de energia;
  • Sensação de distanciamento do próprio trabalho, podendo ser acompanhada de sentimentos pessimistas em relação a ele, como ansiedade, tristeza e perda da motivação;
  • Diminuição da eficácia profissional.

Aliás, dentre os principais fatores estressores, estão o alto nível de estresse ligado a situações laborais ou de estudo, como excesso de afazeres, cobranças constantes, dificuldade de se desligar do trabalho fora do horário de expediente, longas jornadas etc.

Terapia ajuda a amenizar os sintomas

O paciente que apresenta os sintomas ligados à síndrome de burnout deve procurar a ajuda de um ou mais profissionais de saúde mental o quanto antes. Quando detectados em estágio inicial, os sintomas podem ser trabalhados em terapia, minimizando seu impacto, mas, em alguns casos, a prescrição de medicamentos talvez seja necessária.

Nesse sentido, é importante estar atento aos sinais de que a relação com o trabalho está se deteriorando e causando sofrimento em vez de realização.

Além disso, como o aparecimento da síndrome está ligado ao ambiente laboral, é importante que a pessoa encontre um trabalho que faça sentido no seu contexto de vida e que aprenda a equilibrar as demandas profissionais e pessoais.

Como prevenir o burnout no trabalho?

Para reduzir as chances do surgimento do desgaste ligado ao trabalho, é fundamental buscar desenvolver uma relação saudável no ambiente laboral.

Então confira algumas dicas para prevenir o burnout.

  • Saiba quando se desconectar: ter consciência de que o tempo dedicado ao trabalho deve ser limitado é um importante passo para estabelecer limites saudáveis.
  • Faça atividades com a família e amigos: estar disponível para realizar atividades que tragam prazer, além de fortalecer laços familiares e sociais, é importante para manter a saúde mental em dia.
  • Invista em um estilo de vida saudável: a tríade alimentação saudável, exercícios e sono é fundamental para garantir o bem-estar até fisiologicamente. Sendo assim, um corpo bem alimentado, ativo e descansado produz menores níveis de hormônios ligados ao estresse.
  • Repense seus valores e a vida profissional: caso perceba que o trabalho está sendo fonte de sentimentos negativos, é preciso reorientar a carreira. Talvez uma mudança de emprego seja suficiente para se sentir melhor, mas, em alguns casos, pode ser hora de mudar de carreira.

Burnout em profissionais da saúde

Diariamente, o profissional da saúde enfrenta diversos desafios relacionados às suas atividades, afinal, lidar com vidas humanas requer muita dedicação.

Desse modo, não é de se estranhar que eles estejam entre os principais grupos de risco para entrar em burnout. E essa situação foi agravada pela pandemia de coronavírus, na qual a carga de trabalho aumentou consideravelmente.

Somado a isso, segundo a The Association of American Medical Colleges, até 2034 haverá uma deficiência entre 54mil e 139 mil médicos nos Estados Unidos em relação à demanda desses profissionais. Isso afeta não apenas os trabalhadores, mas também os pacientes, que podem não receber o cuidado necessário.

Portanto, para evitar que os profissionais de saúde se vejam sobrecarregados de trabalho sem o devido respaldo, as seguintes medidas fazem a diferença:

  • Promover medidas de apoio à saúde mental e bem-estar no ambiente de trabalho;
  • Criar um ambiente relaxante onde o profissional possa descansar e se alimentar adequadamente entre turnos;
  • Garantir a segurança da equipe, investindo em EPIs (Equipamento de Proteção Individual);
  • Valorizar o trabalho de enfermeiros e médicos.

Por fim, é importante encorajar os profissionais a apresentarem suas sugestões e queixas para melhorar o ambiente laboral, além de buscar meios de motivação, positivismo e empatia.

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