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Prevenção ao HIV: 3 informações que seu paciente deve saber sobre PrEP e PEP

PrEP e PEP são antirretrovirais para prevenção ao HIV

Sem dúvidas, a prevenção ao HIV é um dos grandes desafios da saúde em todo o mundo. Apesar de notáveis progressos ao longo dos últimos anos, o tema muitas vezes ainda é visto como um tabu, e cabe aos profissionais de saúde ajudarem a reverter esse cenário.

Um exemplo muito evidente disso tem a ver com a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP). De acordo com dados do Ministério da Saúde, divulgados em fevereiro de 2023, nada menos que 46% dos pacientes desse método decidiram interromper o tratamento.

Por isso, abordaremos neste artigo algumas informações relevantes que ajudarão a divulgar e estimular o uso desses antirretrovirais nas situações necessárias

Por que saber o que é PrEP e PEP é tão importante?

Um dos papéis da enfermagem se estende além de cuidar: informar. Portanto, sendo o contágio pelo HIV um grave problema de saúde pública, os enfermeiros devem estar sempre atentos às medidas preventivas e aos tratamentos em vigor, tanto para cuidar de si, como para promover a conscientização dentro e fora de clínicas e hospitais.

Desse modo, a PrEP e a PEP são estratégias de prevenção combinadas (com outras medidas preventivas), visando evitar novas infecções pelo HIV. Confira a diferença entre elas.

Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP)

É um comprimido de uso diário que impede o vírus causador da aids de infectar o organismo, antes mesmo de a pessoa ter qualquer contato com o patógeno.

O tratamento impede a ação do vírus após cerca de 20 dias do início da medicação. Contudo, é válido lembrar que a PrEP não protege de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), devendo ser combinada com demais formas de prevenção, como o uso do preservativo.

A PrEP é indicada para pessoas com maior chance de contrair o HIV, seja pelos riscos do trabalho ou pelos hábitos sexuais. Assim, os interessados passam por uma avaliação, acompanhadas com exames frequentes realizados no Sistema Único de Saúde (SUS), para monitorar os riscos e a saúde.

Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP)

É uma prevenção de urgência à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), como a sífilis. Consiste no uso imediato de medicamentos antirretrovirais orais para reduzir as chances de contaminação após situações de alto risco de contágio.

A PEP é recomendada em casos como:

  • Violência sexual;
  • Relação sexual desprotegida;
  • Acidente ocupacional. Ou seja, profissionais que usam instrumentos perfurocortantes ou que tiveram contato direto com material biológico de uma pessoa com HIV e demais ISTs durante o trabalho.

Por se tratar de um tratamento em um conjunto de estratégias da prevenção combinada ao HIV, o objetivo é ampliar as formas de intervenção, para atender conforme a necessidade de cada pessoa.

Na busca pelo máximo de eficácia ao paciente, a PEP deve ser iniciada o mais rápido possível após a exposição ao risco. Preferencialmente, no período entre as primeiras duas horas até 72 horas depois.

Aliás, vale ressaltar que o tratamento abrange 28 dias de medicação, sem interrupções, e a pessoa deve ser acompanhada em todo processo pela equipe de saúde do SUS.

E quais são as três informações que seu paciente deve saber sobre PrEP e PEP

Confira detalhes para compartilhar e estimular os cuidados com esses antirretrovirais quando necessário.

1. PrEP e PEP possuem elevada eficácia na prevenção ao HIV

Em linhas gerais, os dois métodos oferecem um altíssimo índice de proteção a pacientes contra o HIV. Em um estudo feito pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 2019, a PrEP alcançou eficácia de 95% em adultos.

Outra pesquisa, patrocinada pelo Ministério da Saúde, CNPQ e Unesco, revelou números ainda mais animadores: o uso dos antirretrovirais preveniram o HIV em 100% dos casos.

Nomeado “Combina”, o estudo divulgado em 2018 contou com a participação de 526 voluntários em cinco cidades brasileiras. Durante o período avaliado, nenhuma das pessoas que usavam o medicamento contraiu o vírus.

2. São disponibilizadas gratuitamente no SUS

Como sabemos, todas as pessoas diagnosticadas com HIV no Brasil têm à disposição o tratamento gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS). E esse benefício se estende à população que busca os antirretrovirais, como a PrEP e a PEP.

Segundo dados do Ministério da Saúde, apenas no período de 2018 a 2021, mais de 52,5 mil pessoas tiveram acesso ao tratamento com PrEP pela rede.

É importante lembrar que a PEP e a PrEP estão disponíveis no SUS respectivamente desde 2010 e 2017. Para se ter uma ideia, a Inglaterra só adotou a PrEP no sistema público de saúde em 2020.

3. Podem ser prescritas por enfermeiros

Quando o assunto é HIV, ações preventivas rápidas e eficazes fazem toda a diferença. Nesse sentido, o fato de a prescrição da PrEP e da PEP serem feitas por enfermeiros traz mais eficiência ao processo, “encurtando” o caminho do paciente até o início do tratamento.

Essa ação está prevista no “Parecer 12/2020” do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). Nesse documento, o enfermeiro é classificado como fundamental na utilização de ferramentas de prevenção e tratamento, especialmente em vista à ausência ou escassez de médicos para este fim.

Vale destacar, entretanto, que é preciso que os profissionais estejam estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde, considerando os meios jurídicos, éticos e legais.

E como uma formação de qualidade pode ajudar nessa missão?

Inquestionavelmente, enfermeiros capacitados em prevenção ao HIV oferecem uma excelente alternativa para esta demanda de saúde pública. Afinal, dessa forma podem desempenhar um trabalho mais efetivo de aconselhamento, prevenção e tratamento ao vírus, bem como de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

Aliás, a educação é a chave para assegurar uma assistência de qualidade para a sociedade em geral. E na Graduação em Enfermagem da FASIG você encontra um ensino prático e atualizado, que coloca o aluno em contato com os desafios e as principais práticas do dia a dia da profissão.

Os avanços tecnológicos comprovam que, para chegarmos a uma solução definitiva no combate ao HIV, já percorremos, enquanto ciência, uma grande jornada. Mas esta batalha ainda está longe de um fim.

Quer conhecer mais formas de enfermeiros colaborarem no combate ao HIV e muitas outras doenças? Então confira mais artigos em nosso blog

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