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Depressão: 6 dicas para ajudar pacientes com essa doença

Depressão é uma doença séria e em seu estágio mais elevado podel levar ao suícidio

Apontada como o “mal do século XXI” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é uma doença em constante crescimento em todo o mundo. Estima-se que mais de 300 milhões de pessoas de todas as faixas etárias enfrentem esse transtorno globalmente. A depressão é a principal causa de incapacidade em nível mundial e desempenha um papel significativo na carga global de doenças.

Dessa forma, a discussão pública sobre saúde mental torna-se cada vez mais crucial, sendo abordada em campanhas como o Janeiro Branco e o Setembro Amarelo.

Neste artigo, você conhecerá os números dessa doença e como profissionais de saúde podem apoiar ainda mais pessoas que sofrem de depressão.

Números da depressão no Brasil

Segundo o levantamento nacional denominado Covitel 2023 (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), divulgado em junho de 2023, aproximadamente 12,7% dos brasileiros relataram já ter recebido um diagnóstico médico de depressão. Este número é maior do que o obtido na pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), realizada em 2021, que apontou que 11,3% dos brasileiros haviam recebido tal diagnóstico naquele ano, ou seja, um aumento de 1,4%.

Além disso, de acordo com o Covitel 2023, cerca de 26,8% dos brasileiros afirmaram ter recebido diagnóstico médico de ansiedade. Esse percentual atinge um terço da população mais jovem, com idades entre 18 e 24 anos, chegando a 31,6%.

É importante destacar que as complicações da pandemia da Covid-19, iniciada em 2020, impactaram significativamente a saúde mental das pessoas. O isolamento social, o distanciamento de familiares e amigos, bem como o medo de contrair o vírus e perder entes queridos, resultaram em um aumento de 25% nos casos de depressão e ansiedade em todo o mundo, conforme apontado por uma pesquisa da (OMS) divulgada em 2022.

Número de casos de suicídio no país

Adicionalmente, a OMS destacou que o suicídio também possui uma alta incidência entre os jovens de 15 a 29 anos. Entre as garotas, representa a segunda maior causa de morte no mundo, ficando atrás apenas de complicações na gravidez. Já entre os garotos, ocupa a terceira posição entre as principais causas de óbito, superando apenas por violência e acidentes de trânsito.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, foram registrados 16.262 casos de suicídio no Brasil, com uma média de 44 casos por dia. Isso representa um aumento em relação a 2021, quando foram registrados 14.475 casos, com uma média de 39 casos diários.

Em suma, todos esses dados ressaltam a importância fundamental dos profissionais de saúde no cuidado com a saúde mental e na luta contra os preconceitos ainda presentes na sociedade em relação a esse tema crítico.

Mas, afinal, como ajudar alguém com depressão?

Confira cinco dicas para ajudar seus pacientes com a doença.

Dica 1: Acolha e pratique a empatia

Para ajudar alguém que enfrenta a depressão, é essencial demonstrar empatia e compreensão, valores fundamentais para todo profissional de saúde. Ouvir atentamente o que a pessoa tem a dizer é uma das maneiras mais eficazes de oferecer apoio. Ou seja, faça uso de um atendimento humanizado, mantenha contato visual, demonstre interesse genuíno e leve em consideração as palavras dela. E não subestime a gravidade da condição. Desse modo você pode fazer uma enorme diferença no processo de recuperação.

Dica 2: Deixe claro que a depressão é uma doença

Durante muito tempo, a falta de conhecimento sobre os transtornos mentais levou parte da sociedade a estigmatizá-los, rotulando-os como “frescura”, “fraqueza” e outros termos pejorativos. E, mesmo com a crescente conscientização sobre saúde mental, ainda é comum encontrar pessoas com essas percepções.

Por isso, é importante enfatizar que a depressão é um distúrbio mental resultante de desequilíbrios nos neurotransmissores do cérebro. Portanto, é uma condição

que pode afetar qualquer pessoa. Explicar isso ao paciente ajuda a eliminar qualquer sentimento de fraqueza ou culpa associado à sua condição. Buscar ajuda não é sinal de fraqueza, mas sim um ato de coragem e cuidado com a própria saúde.

Dica 3: Incentive a busca por tratamento para a depressão (psicoterapia e acompanhamento de psiquiatra)

Reforce a importância do tratamento profissional para a depressão. É fundamental ressaltar a relevância do tratamento especializado para a depressão. Encoraje os pacientes a buscarem psicoterapia e acompanhamento com um psiquiatra, pois essas abordagens são amplamente reconhecidas como eficazes no tratamento da doença. Além disso, é importante destacar que, se necessário, medicamentos estão disponíveis e, cada vez mais, são desenvolvidos com eficácia e com menos efeitos colaterais, proporcionando uma melhora significativa na qualidade de vida.

Dica 4: indique suporte para abandonar vícios como álcool e drogas

Comprovadamente sabemos que pessoas com transtornos emocionais são mais vulneráveis ao uso de drogas lícitas e ilícitas, pois acabam procurando em seus efeitos, um escape ou alívio para os sentimentos que as incomodam. O vício possui relação direta com alterações de humor e ansiedade, funciona como um gatilho para potencializar crises psicológicas e desenvolvimento dos graus de depressão.

O intuito é ressaltar ao paciente que esses vícios interferem no tratamento médico e em sua capacidade de tomada de decisões. Contudo, muito mais do que alertar, é importante indicar caminhos para auxiliar no abandono dessas substâncias.

Comunidades como Alcoólicos Anônimos e o próprio Sistema Único de Saúde (SUS), entre outras instituições públicas e ONGs pelo Brasil, oferecem suporte a esses pacientes.

Dica 5: mostre caminhos para melhorar a qualidade de vida do paciente

Muito além de destacar a importância do tratamento médico e de largar os vícios em álcool e drogas, o profissional de saúde pode indicar ações que complementam a busca por mais qualidade no dia a dia do paciente. Entre as quais:

  • Estímulo à socialização.
  • Prática de atividades físicas.
  • Descoberta de hobbies.

O objetivo é mostrar que a depressão não é um sinônimo de sofrimento ou recolhimento: é possível levar uma vida produtiva

Dica 6: Fale sobre a importância de uma rede de apoio

Familiares e amigos desempenham um papel importante no processo de tratamento e recuperação da depressão. Incentive os pacientes a compartilharem seus sentimentos e estado mental com pessoas próximas de confiança e a buscar apoio em seu círculo social.

Além do apoio das pessoas próximas, o suporte médico é indispensável. Infelizmente, nem todos que enfrentam a depressão procuram ajuda profissional. Alguns podem nem saber que têm a doença, o que as deixa ainda mais vulneráveis à uma perda da qualidade de vida e até mesmo a pensamentos suicidas.

Nesses casos, é importante que os profissionais de saúde e a comunidade em geral promovam os recursos de apoio disponíveis, como o Centro de Valorização da Vida (CVV). Através do CVV, voluntários oferecem suporte emocional para quem precisa conversar sobre o tema, sem a necessidade de revelar sua identidade.

O CVV está disponível por telefone, discando o número 188, bem como por meio de chat e e-mail.

Outra ação relevante a ser divulgada é a busca por apoio médico no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Aliás, há mais de 2.300 CAPS no Brasil, que, apenas entre 2019 e 2021, realizaram cerca de 60 milhões de atendimentos.

Então, o que você achou deste artigo? Compartilhe com mais pessoas e mostre a elas a importância dos cuidados com a saúde mental e do suporte a pessoas com ideação suicida. Confira mais artigos sobre saúde mental em nosso blog.

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