Um dos principais desafios mundiais de saúde pública é vencer a obesidade. Segundo dados divulgados pela ONU em 2019, cerca de 830 milhões de pessoas em todo o mundo estavam obesas (algo equivalente a 11% da população mundial). Além disso, a obesidade resulta na morte de quatro milhões de pessoas no mundo todos os anos.
No Brasil, em termos de proporção, esse número é ainda mais alarmante: alcança aproximadamente 20% da população. Em outras palavras, um a cada cinco habitantes no país está obeso.
Diante de números tão preocupantes, é extremamente necessário falarmos sobre o combate à obesidade. Por isso trazemos algumas dicas e ações relevantes para todas as pessoas que desejam superar esta doença, mas principalmente para profissionais de saúde, como enfermeiros, que precisam compartilhar informações para ajudar pacientes em tratamento.
Confira!
Afinal, o que é a obesidade?
No senso comum, toda pessoa acima do peso “ideal” é considerada obesa, mas profissionais de saúde sabem muito bem que essa é uma questão mais complexa.
Embora a obesidade seja caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, há outros fatores que enquadram uma pessoa nesse grupo. Em especial quando o Índice de Massa Corpórea (IMC) está acima de 30 quilos por metro quadrado. Trata-se de uma doença crônica, ou seja, exige contínuo acompanhamento durante toda a vida do paciente.
Como vimos há pouco neste artigo, a obesidade é uma doença com elevada prevalência no Brasil. De acordo com a edição de 2019 da Pesquisa Nacional de Saúde, organizada pelo IBGE, o país possuía cerca de 41 milhões de obesos – 19,43% da população.
Além disso, o estudo aponta para uma preocupante elevação dos índices de obesidade entre pessoas acima dos 20 anos desde o início deste século. No período de 2003 a 2019, a obesidade saltou de 12,2% para 26,8% entre homens desse grupo; e de 14,5% para 30,2% entre mulheres.
Outro estudo divulgado pelo SUS em 2022 denominado “A Epidemia de Obesidade e as DCNT – Causas, custos e sobrecarga no SUS”, mostra que a estimativa é de que a obesidade salte de pouco menos de 20% para 26% da população do país em 2030.
O cenário futuro é preocupante, mas ainda podemos vencer esta batalha.
Sete dicas para ajudar no combate à obesidade
Apesar dos índices preocupantes, há uma boa notícia: hoje conhecemos muito mais caminhos para combater essa doença.
Confira sete dicas rápidas para ajudar a você e a seus pacientes na luta contra a doença.
Dica 1: escolha alimentos naturais
Dê preferência àqueles que não tenham muito sal, açúcar, óleos, gorduras, como:
- Frutas;
- Verduras;
- Legumes;
- Leite;
- Sucos integrais;
- Água.
Sempre que possível, faça suas compras em locais onde são comercializados prioritariamente alimentos in natura ou minimamente processados.
Dica 2: priorize o consumo de proteínas magras
Entre todos os nutrientes que proporcionam saciedade ao organismo, o mais eficaz deles é a proteína. Mas é importante lembrar que algumas proteínas possuem elevadas taxas de gorduras, resultando em maior produção do colesterol ruim, o LDL.
Nesse sentido, devem ser priorizados alimentos que oferecem alta concentração proteica e poucas calorias. Alguns exemplos são:
- Atum natural ralado;
- Iogurte natural desnatado;
- Leite desnatado;
- Peito de frango;
- Peixe grelhado.
Dica 3: evite distrações ao se alimentar
Logicamente, sabemos que o dia a dia das pessoas está cada vez mais corrido. E que o horário das refeições pode ser um dos poucos instantes para assistir TV, olhar mensagens no celular, acessar a internet, entre outros.
Mas, ao fazer isso, você não presta atenção naquilo que está comendo, o que pode levar a um consumo exagerado de alimentos. Portanto, abandone essas práticas e procure focar na sua refeição, de preferência em companhia de familiares, amigos ou colegas de trabalho.
Dica 4: procure por um nutricionista
Não é segredo algum que uma dieta equilibrada é fundamental para qualquer pessoa. Mas qual é o caminho certo para obtê-la? A resposta é muito simples: por meio do suporte de um nutricionista.
Com o apoio contínuo desse profissional é possível desenvolver dietas personalizadas e eficazes, em acordo com as necessidades nutricionais e de saúde do paciente.
Vale destacar que a procura pelo apoio de um nutricionista é essencial e deve ser amplamente divulgada, pois muitas pessoas tentam estabelecer dietas por conta própria.
Além de trazer elevados riscos à saúde, essa prática é prejudicial ao psicológico do paciente. Ao não ter os resultados desejados, a pessoa pode acreditar que “não é possível vencer a obesidade”, retomar hábitos alimentares não recomendados e, até mesmo, se isolar socialmente. Vale sempre procurar um profissional!
Dica 5: nos lanches, dê preferência à frutas!
Lembre-se: os lanches prontos, além de serem muito processados, podem ter excesso de sódio e açúcares. Portanto, nada melhor do que substituí-los por frutas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a ingestão de, no mínimo, cinco porções diárias de frutas, verduras e hortaliças, pois esses alimentos também ajudam a evitar doenças.
Essa quantidade também foi observada em estudo feito pela Associação Americana do Coração (AHA) e publicado no jornal científico Circulation, em 2021. Nesse caso, a composição de duas frutas e três vegetais foi apontada como a ideal para mais saúde cardíaca e longevidade.
É importante destacar que sempre vale consultar o nutricionista, para que você receba a dieta certa para seu caso.
Dica 6: pratique atividades físicas
Além da alimentação equilibrada e natural, a atividade física colabora com seu bem-estar e no combate à obesidade. Portanto, reserve um tempo para se dedicar a elas. Faça uma caminhada, dance, faça alongamentos, escolha uma atividade que você goste. Existem muitos aplicativos de celular que estimulam a prática de exercícios físicos até mesmo em casa.
Mas novamente, vale reforçar, sempre procure a orientação de um profissional para te auxiliar na fase inicial da prática de exercícios.
Dica 7: atente-se à qualidade do seu sono
Sono e obesidade possuem uma relação direta, pois dormir pouco e mal impacta nos hormônios relacionados ao apetite. Em outras palavras: a pessoa tende a ter mais fome e fica mais suscetível à escolha de alimentos mais calóricos.
Essa é uma conclusão obtida a partir da revisão de diversos artigos médicos publicados entre 1996 e 2011, feita por cientistas da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos.
Diante disso, se dedicar à busca por um sono de qualidade também é um aliado no combate à obesidade. E algumas ações podem ajudar nesse sentido, entre as quais:
- Ter um ambiente escuro e silencioso para dormir, ajuda a aumentar os níveis de melatonina, hormônio produzido na glândula pineal responsável pela regulação do ciclo do sono;
- Evitar usar celular e outros aparelhos eletrônicos antes de dormir;
- Evitar o consumo de bebidas estimulantes até seis horas antes de dormir;
- Tentar dormir entre sete e nove horas por dia, de acordo com a Fundação Nacional do Sono, dos Estados Unidos;
E o que mais os enfermeiros podem oferecer a pacientes que buscam combater a obesidade?
De fato, promover as dicas deste artigo já seria algo muito positivo. Contudo, é necessário ir além, oferecendo apoio psicológico durante os atendimentos a pacientes com obesidade.
Vale ressaltar que, infelizmente, muitas dessas pessoas sofrem preconceitos por conta do estigma que cerca a obesidade. E isso pode lhes gerar alguns traumas que, muitas vezes, ficam “escondidos” por conta da vergonha de falar sobre esse tema.
Para saber lidar com essas situações, além de paciência e compreensão, a formação acadêmica faz toda a diferença no tratamento mais adequado. Com uma graduação de Enfermagem, como a oferecida pela FASIG, por exemplo, é possível ter acesso a técnicas que auxiliam a cuidar desses pacientes, seja no âmbito patológico ou humanitário.
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