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Câncer infantojuvenil: 4 informações que os pais devem saber

Câncer infantojuvenil representa 8% dos óbitos de pessoas até 19 anos no Brasil

Você sabia que o câncer infantojuvenil é a maior causa de mortes entre crianças e adolescentes no país? De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença é responsável por 8% dos óbitos de pessoas até 19 anos de idade no Brasil.

Esse dado nos mostra a importância da discussão e divulgação desse assunto. Aliás, como sabemos, enfermeiros, médicos e demais profissionais de saúde são essenciais na luta contra a doença, desde o diagnóstico e tratamento ao suporte psicossocial dos envolvidos.

Por isso, produzimos este artigo com algumas das informações mais importantes que esses profissionais precisam saber para oferecer um melhor suporte aos pais e responsáveis desses pacientes.

 

O câncer infantojuvenil em números

Segundo estimativa do INCA, a doença superou os 8.000 casos no Brasil em 2022, alcançando, mais precisamente, a 8.460 crianças e adolescentes. Desse total, 4.310 pacientes são do sexo masculino (50,94% dos casos), enquanto 4.150 do sexo feminino (49,06%).

Entre pessoas com 19 anos ou menos, na América Latina e no Caribe, o câncer é a segunda principal causa de morte. Conforme levantamento do Observatório Global do Câncer (Globocan), da Organização Mundial da Saúde (OMS), por volta de 29 mil crianças na região são diagnosticadas com câncer a cada ano.

Vale destacar que os tipos mais comuns de câncer infantojuvenil são:

  • Leucemia;
  • Linfomas;
  • Tumores do sistema nervoso central;
  • Neuroblastomas;
  • Tumor de Wilms.

Outro ponto importante a ser destacado é o índice médio de cura desses pacientes nessa localidade: 55%, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Embora não esteja distante do objetivo de alcançar 60% de cura, esse índice é muito inferior ao de países desenvolvidos, nos quais 80% dos pacientes infanto juvenis se recuperam da enfermidade.

 

E quais são nossas quatro dicas essenciais para você, profissional da saúde?

Dica 1: mostre como é possível ajudar o filho a lidar melhor com procedimentos no hospital

De fato, o diagnóstico de câncer é algo complexo para lidar em qualquer idade, mas quando ocorre em crianças e jovens, o assunto se torna ainda mais delicado. Ciente disso, o Instituto Nacional do Câncer (NIH), dos Estados Unidos, oferece algumas recomendações para falar com o paciente oncológico, conforme a faixa etária.  

Primeiro, o instituto indica os pais a sempre passarem as informações da melhor maneira possível. Expressões faciais e tom de voz fazem toda a diferença, então é recomendado buscar transmitir a informação com calma à criança ou ao adolescente.

A idade do paciente também muda a abordagem.

  • Até um ano: conforte a criança. O contato pele a pele é ideal, assim como deixar brinquedos e cobertor à disposição.
  • Entre um e dois anos: a capacidade de entendimento da criança é maior, por isso, leve brinquedos. Como nessa faixa etária elas gostam de fazer escolhas, deixe-a optar pelo sabor de remédio que preferir, se houver essa possibilidade. Também é recomendável avisar a criança de antemão que o procedimento pode doer e acalmá-la.
  • De três a cinco anos: pergunte ao médico se o paciente pode tocar os equipamentos antes das intervenções. Avise se o procedimento pode doer e leve algo para confortá-lo, um livro ou bicho de pelúcia.
  • Entre seis e 12 anos: o nível de entendimento é ainda maior que o da faixa anterior, então elas podem fazer questionamentos. Portanto, manter relacionamentos positivos com família e amigos é indispensável.
  • Adolescentes: as preocupações são outras, como o jeito que suas vidas poderão mudar. Raiva e medo do isolamento são reações comuns, então estimule os relacionamentos, mas dê espaço para o adolescente absorver o diagnóstico. 

Dica 2: alerte para a importância da alimentação

Segundo um artigo publicado na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde (BVS/MS), a prevalência de desnutrição em pacientes pediátricos com câncer pode chegar a 50% no país. E um dos agravantes a esse cenário é o fato de que o tratamento à doença pode afetar o paladar de crianças e jovens, modificando o sabor dos alimentos.

Nesse sentido, o Children’s Cancer and Leukaemia Group, do Reino Unido, alerta que o importante é manter a ingestão calórica da criança e do jovem, em acordo com a dieta indicada pela nutricionista. Em linhas gerais, o instituto recomenda: 

  • Ingestão de cinco frutas ou vegetais por dia.
  • Limitar a ingestão de sal, açúcar e carboidratos.
  • Ingerir proteínas e boas gorduras.
  • Deixar a aparência da comida mais apetitosa.

Além desses pontos, para encorajar o paciente, toda a família deve estar envolvida no processo de adequação de alimentação.

Dica 3: estimule os pais a pedirem ajuda quando necessário 

Segundo a Canadian Cancer Society, esse é um aspecto essencial para o tratamento, sobretudo quando essa ajuda vier de pessoas que já tiveram câncer ou filhos com a doença. Em alguns casos, procurar um grupo de suporte pode ajudar a aliviar o estresse.

Conversar com pessoas que passam por experiências semelhantes oferece um senso de acolhimento e de que não se está sozinho. Isso pode auxiliar os pais no entendimento de seus sentimentos, redução do senso de isolamento, troca de dicas e informações, obtenção de suporte emocional etc.

Logicamente o apoio dos amigos também é essencial: estar sempre em contato com a família, ajudar a cuidar de outros filhos, se houver, auxiliar nas tarefas diárias, entre outros tipos de suporte, pode ser uma grande contribuição para que fiquem menos sobrecarregados e reduzir parte do sofrimento. 

Dica 4: incentive os pais a ficarem atentos com a própria saúde mental 

Um estudo feito entre 2015 e 2020 pela oncologista Anna Lewandowska, do Instituto de Saúde de Jaroslaw, na Polônia, comprova que o bem-estar de toda família de um paciente com câncer infantojuvenil é afetado. Segundo a pesquisa, pais de pacientes oncológicos têm uma série de necessidades negligenciadas. Entre as quais: 

  • Psicossociais;
  • Emocionais;
  • Físicas;
  • Informacionais;
  • Financeiras;
  • Educacionais

Conforme o estudo, uma das maiores necessidades de suporte aos pais de pacientes é a lidar com a depressão, que acomete cerca de 36% dos entrevistados na pesquisa.

Sendo assim, é recomendado que os pais estejam atentos e não menosprezem seus sentimentos ao cuidarem dos filhos. É primordial que não hesitem em comentá-los com a equipe médica que cuida da criança ou jovem, bem como buscar apoio psicológico para lidar com a doença e o tratamento.

Esses cuidados impactarão ainda na qualidade do tratamento do paciente, uma vez que, com sua rede de apoio em boas condições, receberão um suporte ainda mais efetivo para enfrentar esse período.

 

Esse é um compromisso muito além do hospital!

Oferecer suporte para auxiliar as famílias a passarem por um momento tão complicado é algo que o profissional de saúde deve se empenhar. Para isso, é fundamental conhecimento e acesso a informações confiáveis sobre a doença, sintomas e tratamento, desmistificando o tema.

Além disso, é imprescindível divulgar a todos sobre a importância do diagnóstico precoce, estimulando os pais a procurarem apoio médico tão logo surjam sintomas da doença em seus filhos.

Nesse sentido, uma formação acadêmica em saúde centrada na humanização faz toda a diferença. E na Graduação de Enfermagem da FASIG, o aluno conta com aulas práticas desde o início do curso, focadas em atendimento humanizado, formando profissionais ainda mais completos para atuarem de forma integral os desafios da área.

 

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