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Lesão por pressão: como evitá-la em pacientes acamados?

Lesão por pressão atinge 40% de pacientes interados em hospitais no Brasil

Evitar o aparecimento de lesão por pressão nos pacientes hospitalizados ou acamados é um dos grandes desafios dos profissionais de saúde na atualidade. Afinal, essas lesões podem trazer graves prejuízos para a saúde do paciente, elevando as chances de infecções graves que resultem, até mesmo, em óbito.

Contudo, tomando algumas medidas preventivas, é possível mitigar o surgimento causado pela doença, bem como amenizar os ferimentos que causam sofrimento ao paciente e aumentam o custo das internações.

Como ocorrem as lesões por pressão

Também conhecidas como úlceras por decúbito ou escaras, as lesões por pressão são caracterizadas pelo aparecimento de ulcerações quando as partes moles são comprimidas entre as proeminências ósseas e as superfícies duras externas. Nesse sentido, em casos extremos, pode acontecer a necrose do tecido.

Manual MSD para Profissionais de Saúde, lista alguns fatores de risco para o aparecimento das lesões. São eles:

  • Pacientes com mais de 65 anos;
  • Diminuição da mobilidade;
  • Exposição a irritantes cutâneos, como urina e fezes;
  • Portadores de condições que prejudicam a cicatrização de feridas, como diabetese insuficiência venosa, dentre outros.

No caso de pacientes acamados, essa é uma condição ainda mais delicada, pois estão mais expostos a alguns agravantes, como o atrito de suas roupas com as roupas da cama. Há ainda as forças de cisalhamento, ou seja, quando o paciente é posicionado em superfícies inclinadas, e a chance de serem submetidos a pressão acima da capital normal (entre 12 e 32 mmHg) por períodos acima de três horas.

Lesão por pressão em números no Brasil e no mundo

De fato, há poucos levantamentos desse tipo no Brasil. Contudo a lesão por pressão em pacientes hospitalizados pode ser considerada um problema recorrente no país.

De acordo com uma pesquisa publicada na Revista Latino-Americana de Enfermagem, a incidência da doença em um hospital geral universitário chegou a nada menos que 39,81%. Para se ter uma ideia, esse índice em hospitais dos Estados Unidos e do Reino Unido é, em média, de apenas 7%, quase seis vezes inferior ao registrado no estudo brasileiro.

Em termos globais, a revista científica The Lancet, em uma edição de 2016, garantiu que as úlceras por decúbito resultaram em 29 mil mortes apenas em 2013.

Mas, afinal, como reduzir as chances do seu paciente desenvolver lesão por pressão?

Confira cinco dicas para evitar as lesões por pressão e aumentar a qualidade de vida do paciente.

Vire e posicione o paciente com frequência

Há muito tempo, o reposicionamento frequente dos pacientes é considerado uma maneira eficaz de prevenir as lesões. E há uma série de pesquisas em curso para trazer novas informações e métodos nesse contexto.

Em 2011, um estudo feito por cientistas da Irlanda apontou que o método mais eficiente seria fazer inclinar o paciente lateralmente a 30 graus, a cada 3 horas, em vez de 90 graus, a cada seis horas.

Aplique a pressão certa nas massagens

Realizar massagens em pacientes com lesão por pressão ajuda a amenizar o problema, contudo é preciso ter atenção à força aplicada. Uma pesquisa publicada no Journal of Rehabilitation Medicine, afirma que massagens muito “vigorosas” sobre proeminências ósseas avermelhadas podem causar um trauma tecidual profundo.

Nesse sentido, um estudo publicado na Revista Escandinava de Medicina de Reabilitação recomenda massagens devem ser pequenos movimentos circulares com as pontas dos dedos, usando linimento. Caso a área esteja lesada, não se deve massagear.

Reduza a pressão do paciente contra a cama

O posicionamento do paciente é um ponto fundamental para evitar lesões por pressão. Almofadas e travesseiros, quando bem posicionados, ajudam a atenuar áreas que sofrem com muita pressão, como costas, joelhos, calcanhares e tornozelos.

Contudo, como recomendado pela organização norte-americana National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP), isso deve ser feito cuidadosamente para não remover toda a pressão de uma região. Desse modo, o desequilíbrio entre outras regiões do corpo pode resultar na transferência da pressão de uma parte a outra.

Faça uma avaliação criteriosa

Embora não existam parâmetros universais para avaliar uma lesão por pressão, há diversos critérios que levam especialistas a acreditarem na maior probabilidade do desenvolvimento da lesão, como localização, cor da ferida, frequência da dor etc.

Nesse sentido, avaliações criteriosas semanais e o estadiamento podem levar a uma detecção precoce de infecções de feridas e do processo de cicatrização, como adotado pela Agência de Pesquisa e Qualidade em Saúde (AHCPR), dos Estados Unidos.

De acordo com a Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, há alguns critérios para a classificação das lesões.

  • Estágio 1: em peles brancas, a área atingida fica avermelhada e quente ao toque. Já nas peles mais escuras, a região pode ficar azulada ou arroxeada. O paciente pode reclamar de queimação, dores ou coceira.
  • Estágio 2: a aparência da lesão é acentuada, com feridas abertas, coceira e bolhas. Nesses casos, a pessoa pode reclamar de dor e a zona ficar descolorida.
  • Estágio 3: pode haver aparência de “rebaixamento”, devido ao dano abaixo da superfície.
  • Estágio 4: o dano é mais severo e com surgimento de machucados, podendo atingir músculos, tendões, ossos e articulações. Há grande risco de infecção.

De quanto em quanto tempo reposicionar o paciente na cadeira de rodas?

Publicado em 2013, um estudo feito pela Universidade de Ulster, no Reino Unido, oferece uma série de recomendações ao tratamento de pacientes que precisem ser transferidos a cadeiras de rodas. Além de atenção à ergonomia do paciente, na transição entre a cama e o dispositivo, o profissional de enfermagem deve reposicioná-lo a cada 15 a 30 minutos, pois o peso do paciente força contra a superfície do assento, comprimindo seus tecidos moles.

Como oferecer um atendimento ainda melhor a seus pacientes

Como sabemos, uma formação acadêmica de qualidade faz muita diferença ao profissional de saúde na hora de aplicar conhecimentos no cuidado aos pacientes. Por isso, a Graduação de Enfermagem da FASIG conta com metodologia dinâmica e aulas práticas, em contato com as melhores práticas da área da saúde.

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