fbpx

Home Care: o que é e quais são as possibilidades?

Também conhecida como Atenção ou Assistência Domiciliar, a Enfermagem Home Care é destinada ao tratamento de pacientes vulneráveis ou acamados.

Essa é uma área extremamente importante, pois, com a redução da autonomia física e/ou cognitiva dos pacientes, as idas ao hospital se tornam um processo mais difícil a elas e, até mesmo, para seus parentes ou responsáveis.

Diante disso, o COFEN desenvolveu uma legislação específica para a Enfermagem Home Care, onde este tipo de atendimento é definido como “ações desenvolvidas no domicílio da pessoa, que visam a promoção de sua saúde, a prevenção de agravos e tratamento de doenças, bem como a sua reabilitação e os cuidados paliativos”.

Vale destacar que essa é uma área que tem crescido muito no Brasil nos últimos anos. De acordo com o Censo NEAD-Fipe 2019/2020, entre junho de 2018 e dezembro de 2019, o número de estabelecimentos de serviços de home care saltou de 676 para 830 (aumento de 22,8%).

O estudo aponta ainda que, até 2019, havia mais de 292 mil pacientes sob condição de atendimento ou internação domiciliar no país e o resultado disso é uma alta empregabilidade no setor. Estima-se que haja mais de 106 mil profissionais de saúde (autônomos e terceirizados) envolvidos no atendimento home care.

Quais os benefícios do home care para o paciente e para o enfermeiro?

No Home Care, os profissionais de enfermagem domiciliar ficam integrados à rotina do tratamento para garantir o conforto do paciente, enquanto promovem o cuidado em um ambiente mais humanizado.

No entanto, os benefícios vão muito além disso, como nos mostra a Resolução número 464/2014, do COFEN.

Segundo o regulamento, a atuação da equipe de enfermagem home care ocorre por meio de três modalidades que atraem cada vez mais profissionais e pacientes. São elas:

  • Atendimento Domiciliar: consiste em ações educativas e assistenciais na casa do cliente, direcionada a ele e a seus familiares.
  • Internação Domiciliar: é a oferta de tecnologia, recursos e medicamentos para cuidados integral e contínuo, e até mesmo ininterrupto, do paciente.
  • Visita Domiciliar: trata-se do contato pontual para avaliação das demandas exigidas pelo usuário e/ou familiar, em um plano assistencial com objetivo definido.

Na prática, isso significa muito mais vantagens a ambos os envolvidos no home care. Para o paciente, além de ampliar o envolvimento familiar, esse tipo de atendimento proporciona:

  • Atenção individual humanizada;
  • Manutenção e segurança contínua e constante;
  • Conforto psicológico para procedimentos (até exames);
  • Redução nos riscos de infecção hospitalar.

Já para o enfermeiro, o home care traz os seguintes benefícios:

  • Carga horária diversificada;
  • Ambiente e rotina diferenciados, permitindo, até mesmo, a criação de um vínculo mais direto com o paciente;
  • Possibilidades de empreender como autônomo;
  • Trabalho focado em uma quantidade menor de pacientes

O home care possui diversas regras

Seja por meio de uma empresa de saúde ou de um profissional autônomo, a atuação no home care demanda o cumprimento de uma série de requisitos normativos, presentes na Resolução COFEN número 464, de 2014.

O objetivo dessas regras é oferecer um tratamento de elevada qualidade, com total segurança a pacientes e seus parentes, além dos próprios profissionais de saúde. Portanto, o enfermeiro precisa ter as competências desejáveis, inclusive especializações, para atender às especificidades do paciente.

Por essa razão, também é importante executar um planejamento clínico completo pautado nas necessidades do paciente. Nesse procedimento, deve constar até os resultados estimados, para que seja possível estabelecer um controle mais efetivo da rotina de cuidados.

Desse modo, o enfermeiro deve registrar as ações no prontuário mantido na casa do paciente, com informações sobre ele e sua família, diagnóstico e resultados.

Vale destacar que alguns critérios para implantação do Home Care podem utilizar os conceitos da Associação Brasileira de Empresas de Medicina Domiciliar (ABEMID) e do Núcleo Nacional das Empresas de Serviços de Atenção Domiciliar (NEAD).

Além disso, cabe aos Conselhos Regionais de Enfermagem a fiscalização das atividades home care junto aos enfermeiros.

O mercado de enfermagem home care: empregos e desafios

Segundo dados divulgados pelo IBGE em novembro de 2021, a expectativa de vida no Brasil subiu para 76,8 anos. Mesmo com a incidência da pandemia de Coronavírus, o índice cresceu em 1,3 ano quando comparado a 2015, e 3,3 em relação a 2010.

Mas, qual é o impacto desse indicador no segmento de enfermagem home care? É simples: à medida que a expectativa de vida dos brasileiros aumenta, é esperada uma expansão do mercado, como tem ocorrido ao longo dos últimos anos.

Nesse sentido, o Censo NEAD-Fipe 2019/2020 traz vários números que comprovam o crescimento do setor. Entre os quais:

  • Em 2019, a estimativa de receita anual foi de R$ 10,6 bilhões. Internações domiciliares corresponderam a 57,5% desse valor (R$ 6,1 bilhões) e atendimentos domiciliares, 42,5% (R$ 4,5 bilhões);
  • O ticket médio diário para serviços de atendimento domiciliar foi de R$ 212,48, 49,7% superior ao do levantamento anterior;
  • Para serviços de internação domiciliar, o ticket médio subiu 20,8% no período de 2019/2020, em relação à pesquisa anterior: de R$ 614,96 para R$ 742,84;
  • Se o setor de enfermagem home care encerrasse suas atividades, seriam necessários quase 20,8 mil leitos hospitalares para suprir os atendimentos da área. Isso representa quase 4,9% do total de leitos hospitalares públicos e privados no Brasil.

Apesar desses números positivos, vale destacar que no setor há muitos desafios a serem considerados. Sobretudo, o fato de estar longe de recursos hospitalares em casos de emergência.

Nesse sentido, o enfermeiro domiciliar deve saber lidar com crises, além da escassez de recursos e equipamentos.

Outra habilidade indispensável é ter uma comunicação efetiva com a equipe multidisciplinar, algo que auxiliará a atenuar crises e coordenar as melhores ações em prol da saúde do paciente.

Ter perfil para o Home Care é um diferencial

Como vimos no tópico anterior, a expansão do home care é bastante expressiva no Brasil, devendo englobar cada vez mais empresas, profissionais de saúde e pacientes. Algo que tornará o empreendedorismo no setor cada vez mais atraente e mais do que isso, há uma série de discussões em cursos que devem resultar em um futuro nada distante, na construção de políticas públicas para o setor. Ou seja, uma mudança cultural e de planejamento empresarial que beneficie a adoção do atendimento domiciliar em saúde.

Diante desse cenário, o profissional de enfermagem interessado nessa área deve buscar uma formação adequada. Isso significa não apenas aprender as melhores práticas da profissão, mas se adaptar aos costumes de cada lar, dentro das rotinas do paciente e de sua família.

Os profissionais de saúde envolvidos neste trabalho, precisam estar muito bem preparados. E não há dúvidas de que uma faculdade ou especialização são importantes à formação.

Contudo, é necessário ir além: esse é um segmento que demanda vocação, empatia e muito empenho.

Nesse contexto, o home care possui um elevado potencial humanizador. Afinal, seja pela convivência ou até mesmo em uma simples visita, a troca de valores e experiências pode proporcionar muito bem-estar para todos os envolvidos.

Você já tem experiência ou trabalharia com Home Care? Deixe seu comentário. E não se esqueça de seguir a FASIG nas redes sociais para ler e compartilhar mais conteúdos como este!

Compartilhe: