O combate ao fumo é um dos principais desafios da saúde não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Vale destacar que o tabagismo é uma doença crônica causada pela dependência de nicotina, substância presente nos produtos que contêm tabaco, como cigarros, cachimbos, charutos e cigarros eletrônicos.
Neste artigo, traremos informações e dicas importantes para profissionais de saúde que desejam ajudar os seus pacientes a largarem o hábito de fumar. Quer saber quais são? Então confira a seguir.
O tabagismo em números
Você sabia que mais de oito milhões de mortes por ano acontecem devido ao tabaco, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)? Aliás, se estima que 1,2 milhão estão relacionadas ao fumo passivo, ou seja, quando uma pessoa inala a fumaça do tabaco fumado por outra pessoa.
Ainda de acordo com a OMS, aproximadamente 161 mil mortes no Brasil são atribuídas a essa substância, algo equivalente a mais de 440 óbitos por dia.
Quanto ao total de fumantes, corresponde a 9,1% da população do país acima dos 18 anos, de acordo com dados do Vigitel 2021. E a proporção de não fumantes na mesma faixa etária expostos ao tabagismo passivo no país também é alta: de 7,9% em casa e de 8,4% no trabalho em ambientes fechados.
É importante ressaltar também que, segundo levantamento do Instituto de Efetividade Clínica e Sanitária (IECS), em 2020, as doenças causadas pelo tabagismo custaram R$ 125,1 bilhões ao Brasil. Ou seja, é o equivalente a 23,9% dos R$ 524 bilhões investidos no país em 2020 para enfrentar a pandemia da Covid-19.
Quais são as principais doenças relacionadas ao tabagismo no Brasil?
O tabagismo é uma doença que pode causar cânceres em diversos órgãos. Entre os quais:
- Fígado;
- Pâncreas;
- Bexiga;
- Rim;
- Laringe e faringe.
Além disso, o tabagismo pode contribuir para o desenvolvimento de outras doenças, como tuberculose, úlcera, infecções respiratórias, infertilidade, osteoporose e catarata.
Conheça 4 argumentos para convencer seus pacientes a largarem o vício
O profissional de saúde tem o papel de informar e estimular o paciente no combate ao fumo. Contudo, muito além de mencionar os prejuízos que o tabaco causa à saúde, é possível focar nos benefícios ao deixar o vício.
Confira alguns deles.
Melhora na função pulmonar
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), entre duas a 12 semanas após deixar o vício, a função pulmonar da pessoa melhora e gera uma respiração mais fluida. Tudo isso por conta da redução do nível de monóxido de carbono no sistema respiratório.
Além disso, entre um a nove meses, os sintomas de tosse e falta de ar também diminuem, o que melhora ainda mais a respiração. E dentro de cinco a quinze anos, o risco de AVC é reduzido ao nível de um não fumante.
Os alimentos ficam mais saborosos
De acordo com um estudo de 2009 feito pela Universidade Aristóteles de Salónica, na Grécia, fumar atrapalha o paladar e deixa os alimentos menos saborosos. Isso ocorre porque o tabaco pode afetar o formato das papilas gustativas e a formação de vasos sanguíneos no local, reduzindo a sensibilidade ao paladar.
Entretanto, apenas 48 horas após a pessoa parar de fumar, boa parte da nicotina já é eliminada do organismo, o que melhora o paladar e o olfato.
Amplia a expectativa de vida
Já imaginou ter um ganho de aproximadamente dez anos na expectativa de vida? É o que pode acontecer se uma pessoa parar de fumar aos 30 anos, segundo estimativa da OPAS.
Vale ressaltar que esse benefício segue para pessoas mais velhas, porém com um ganho menor. Caso um tabagista largue o vício aos 40 anos, a estimativa é de um acréscimo de nove anos. Já aos 60 anos, a expectativa de vida é ampliada em três anos.
Economiza dinheiro
Segundo estudo da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), de 2018, se uma pessoa que fuma uma cartela de cigarros ao dia economizasse esse valor ao longo de 30 anos, e o investisse na poupança, acumularia mais de R$ 1 milhão.
Além disso, o tabagismo faz com que o governo tenha que destinar a esse problema uma grande verba que poderia ser utilizada para investir em outras áreas da saúde.
Outras formas de reforçar o combate ao fumo no dia a dia
Embora algumas pessoas consigam abandonar o vício por conta própria, a luta contra o tabagismo não precisa ser travada sozinha. Ter acompanhamento médico e a ajuda de profissionais de saúde faz muita diferença, inclusive à saúde mental do paciente.
Portanto, além do suporte profissional, estimular o apoio emocional é fundamental para ajudar uma pessoa fumante a percorrer o melhor caminho contra o tabagismo.
Por fim, outro ponto importante é divulgar os benefícios de uma vida sem fumo muito além de seu local de trabalho. Ou seja, não apenas para seus pacientes, mas para familiares, colegas, amigos, entre outros.
Dessa maneira, é possível não apenas incentivar as pessoas que queiram deixar o vício, mas evitar que muitas outras entrem nesse caminho.
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