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Vamos falar sobre alcoolismo?

Considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença, o abuso de álcool acomete cerca de 15% da população brasileira. O alcoólatra é considerado aquele em que se identifica prejuízo social e pessoal em consequência do abuso da bebida, além de sinais de abstinência e dependência do álcool.

Uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde, em janeiro de 2009, aponta que, entre 2000 e 2006, a taxa de óbitos ligada ao consumo de álcool teve um crescimento de 18%.  No período, o índice de mortalidade por doenças associadas ao alcoolismo, também  subiu de 10,7 para 12,6 a cada 100 mil habitantes.

O paciente dependente de álcool tem uma grande dificuldade de reconhecer que é doente. A dependência psicológica é mais grave do que a orgânica, pois o organismo tem mais capacidade de se regenerar do que o cérebro. E, ao contrário do que muita gente pensa, a hereditariedade não é um fator de risco para o alcoolismo. Mas o ambiente, sim, pode estimular o hábito de beber.

Entendendo o alcoolismo na prática

Fisicamente, o álcool afeta cérebro, fígado, estômago, intestino, músculos e coração. A doença possui quatro mecanismos capaz de lesar uma pessoa, que são:

  • Lesão direta pela intoxicação alcoólica.
  • Lesão por aldeídos (uma substância que vem do processo de desintoxicação do fígado e que também é tóxica).
  • Lesão por desidratação.
  • Lesão por desnutrição.

 

Além desses pontos focais, a doença também pode aumentar o risco de desenvolver um câncer. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, a relação entre o álcool e o câncer tem sido avaliada por meio de estudos, que estabelecem uma associação epidemiológica entre a ingestão da bebida e a doença na cavidade bucal e no esôfago.

Ou seja, além de ser agente causal de cirrose hepática, o alcoolismo está relacionado entre 2 a 4% das mortes por câncer. A substância ainda tem a capacidade de alterar o sistema nervoso central, podendo modificar o comportamento de quem faz o uso excessivo.

A forma exata de como o álcool aumenta o risco de câncer ainda não é totalmente conhecida. Pesquisas mostram que, de fato, podem existir várias maneiras diferentes que levam a isso. O álcool pode atuar como um irritante, danificando tecidos especialmente na boca e na garganta.

As células prejudicadas podem tentar se reparar, o que pode levar a alterações de DNA delas, podendo, eventualmente, terminar no desenvolvimento de um câncer, devido à produção desordenada de células.

O álcool e seus derivados podem também danificar o fígado, levando a inflamação, reparação e cicatrização. Ao tentar se reparar, as células do fígado podem adquirir erros em seu código genético.

De acordo com o INCA, o conselho para as pessoas que optarem por ingerir a bebida é que limitem o consumo para menos de dois drinques por dia para homens e menos de um para mulheres. Mulheres grávidas, crianças e adolescentes não devem ingerir bebida alcoólica.

Diante de dados tão preocupantes, é essencial que exista uma ampla rede de apoio às pessoas que sofrem com o alcoolismo. Por isso, se você conhece alguém que esteja precisando de atendimento especializado, não excite em procurar o Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).

Para saber os endereços das unidades mais próximas, clique aqui.

Fonte: Instituto de Estudos em Saúde Coletiva

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