Um dos assuntos mais temidos quando se fala de contaminação é sobre o vírus do HIV. Não só por conta das relações sexuais, mas também por atividades que possam envolver o contato com o patógeno. Em vista disso, o Brasil já dispõe gratuitamente no SUS, dois recursos importantes para prevenção: a PEP e a PrEP.
Por que os enfermeiros precisam saber o que é PrEP e o que é PEP?
Um dos papéis da enfermagem é informar. Sendo o contágio pelo HIV um grave problema de saúde pública, os enfermeiros devem estar sempre por dentro das medidas preventivas e tratamentos em vigor, tanto para cuidar de si, como para promover a conscientização dentro e fora das clínicas e hospitais.
Assim sendo, a PEP e a PrEP são estratégias de prevenção combinada (com outras medidas preventivas), visando a evitar novas infecções pelo HIV. Confira a diferença entre elas.
PEP – Profilaxia Pós-Exposição de Risco
É uma prevenção de urgência à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST). Consiste no uso imediato de medicamentos antirretrovirais orais para reduzir as chances de contaminação após situações de alto risco de contágio.
A PEP é recomendada em casos de violência sexual, relação sexual desprotegida e acidente ocupacional. Este último caso inclui os profissionais que usam instrumentos perfurocortantes ou que tiveram contato direto com material biológico de outra pessoa durante o trabalho.
Para ter proveito máximo, a PEP deve ser iniciada o mais rápido possível, de preferência nas primeiras duas horas após a exposição e no máximo em até 72 horas.
O tratamento dura 28 dias ininterruptos de medicação e a pessoa deve ser acompanhada em todo processo pela equipe de saúde do SUS.
PrEP – Profilaxia Pré-Exposição ao HIV
É um comprimido de uso diário que impede o HIV de infectar o organismo, antes mesmo de a pessoa ter qualquer contato com o patógeno.
O tratamento impede a ação do vírus após cerca de 20 dias do início da medicação. É válido lembrar que a PrEP não protege de outras infecções sexualmente transmissíveis. Deve ser combinada com outras formas de prevenção, como o uso do preservativo.
Diferente da PEP, a PrEP não é para todos. Ela é indicada para pessoas que tenham maior chance de contrair o HIV, seja pelos riscos do trabalho ou pelos hábitos sexuais.
As pessoas interessadas passam por uma avaliação e são acompanhadas com exames frequentes realizados no SUS, para monitorar os riscos e a saúde do paciente.
Enfermeiros já podem prescrever PrEP e PEP contra o HIV
Em julho de 2020, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) divulgou o Parecer 12/2020 da Câmara Técnica de Atenção à Saúde (CTAS) sobre a prescrição de medicamentos PrEP e PEP por enfermeiros.
Para isso, é preciso que eles estejam estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde, considerando os meios jurídicos, éticos e legais.
O parecer observa a situação epidemiológica do HIV/AIDS no Brasil, onde o enfermeiro foi fundamental na utilização de ferramentas de prevenção e tratamento – tendo em vista também, a ausência ou escassez de médicos para este fim.
Oportunidade para se especializar
O documento foi solicitado pelo Ministério da Saúde. Entre vários pontos, destaca que é necessário ao enfermeiro apresentar capacitação técnica e educação continuada para garantir a assistência do paciente ao prescrever estes medicamentos.
Sem dúvida, enfermeiros capacitados neste tópico oferecem uma excelente alternativa para esta demanda de saúde pública. Assim, podem desempenhar um trabalho mais efetivo de aconselhamento, prevenção e tratamento do HIV e de outras infecções sexualmente transmissíveis.
Você conhecia a PrEP e a PEP? Deixe a sua opinião nos comentários e compartilhe nosso post em suas redes sociais! É muito importante promover esse tipo de informação!