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Tratamentos inovadores para doenças degenerativas

Opções de tratamento para doenças degenerativas

Nos últimos anos, houve um aumento significativo da expectativa de vida dos brasileiros. Porém, estudos revelam que viver mais nem sempre significa viver bem. Em 2021, a revista Neurociências relacionou o avanço da expectativa de vida com a incidência de doenças degenerativas, como o Parkinson, Alzheimer e esclerose múltipla.

No entanto, a ciência tem apresentando novos tratamentos que podem mudar este cenário. Com isso, surgem mais possibilidades para o campo da medicina  como, terapias inovadoras e avanços tecnológicos. Porém, algumas pesquisas ainda deixam a desejar na comprovação científica, como a teoria de Marc Abreu, médico brasileiro radicado nos EUA.

Conheça agora neste artigo, quais são as promessas desses tratamentos inovadores e as questões que envolvem sua eficácia.

Cenário das doenças degenerativas no Brasil

Ainda de acordo com as informações da revista Neurociências, nos anos que compreendem o período de 2010 a 2020, números significativos estão relacionados às doenças degenerativas no país. As internações totalizaram 51 mil casos, resultando em aproximadamente 570 mil dias de permanência em hospitais, e também registraram 3 mil óbitos.

Segundo a OMS, as doenças raras (crônicas, progressivas e degenerativas) afetam até 65 pessoas a cada 100 mil indivíduos. Sendo que no Brasil já são cerca de 13 milhões de pessoas portadoras de doenças deste tipo.

Outro dado importante foi publicado pelo IBGE sobre a quantidade de pessoas com doenças crônicas no Brasil. Segundo a instituição, só em 2019, 52% dos adultos foram contabilizados no grupo de pessoas com doenças crônicas.

Tratamentos inovadores para doenças degenerativas

Nos últimos anos, a ciência tem apresentado inúmeras soluções para não só melhorar a qualidade de vida de pessoas com patologias degenerativas, mas também para trazer tratamentos que revertam o quadro e tragam a cura. Confira agora, a seguir.

Auxílio da Inteligência artificial

Pacientes que perderam a voz por conta de alguma doença degenerativa como a esclerose múltipla, por exemplo, têm alcançado uma melhora na qualidade de vida. Isso ocorre porque com essa nova tecnologia, é possível reproduzir a voz dos pacientes afetados.

A voz da pessoa é recriada a partir de um sistema de IA com amostras de áudio do paciente quando sua voz ainda era saudável. Deste modo, com o uso de algoritmos sofisticados a tecnologia é capaz de gerar uma voz natural e realista, muito semelhante a voz que a pessoa tinha antes.

Indução de proteínas de choque térmico

O Dr. Marc Abreu, especialista em termodinâmica cerebral e frequências termorregulatórias, desenvolveu e está aplicando o tratamento por indução de proteínas com choque térmico.

Ele criou o túnel térmico cerebral (BTT, na sigla em inglês) na Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Ao observar que o processo de envelhecimento e fatores genéticos levam à redução da expressão das proteínas de choque térmico no organismo. E que isso favorece o desenvolvimento de quadros neurodegenerativos, Abreu criou uma forma de ativar as proteínas através de choques térmicos no cérebro.

Mas o tratamento desenvolvido pelo brasileiro tem levantado algumas polêmicas. Para começar, ele não tem um estudo científico comprovado. Em matéria recente exibida ao Fantástico, foi revelado que muitas pessoas que passaram pelo tratamento não apresentaram resultados e alguns até faleceram após a indução. O médico também não acompanha os pacientes após a aplicação do método.

Outra questão é que muitas pessoas chegaram a investir alto em volta desse ‘método duvidoso’, vendendo casas e carros, e gastando não só com o pagamento do tratamento. Mas também com viagens à Flórida e custos de hospedagem, já que o método é aplicado e autorizado somente nos Estados Unidos.

Avanços tecnológicos para diagnóstico de doenças raras

Novas tecnologias são poderosas ferramentas para melhorar desde o diagnóstico, até o tratamento de pacientes com doenças degenerativas e incapacitantes. Confira 4 itens da tecnologia que contribuem para isso:

1-Escaneamentos 3D para diagnóstico

Uma tecnologia capaz de usar imagens faciais tridimensionais para fazer diagnósticos de doenças raras mais rápidos foi desenvolvida por uma equipe de pesquisadores de três universidades dos Estados Unidos.

A partir de uma biblioteca com imagens 3D que possui vários participantes de etnias e idades com 396 síndromes genéticas, o algoritmo de IA, aplicado a um aprendizado automatizado, pode identificar pessoas com alguma doença rara.

2-Tecnologia de RNA

Essa tecnologia ficou bem conhecida quando a Pfizer e a Moderna a utilizaram na vacina da Covid-19. O RNA mensageiro leva às células a informação de qual proteína elas devem produzir para combater uma infecção. Pesquisadores realizam esse processo há algum tempo e aplicam-no no tratamento de várias doenças.

3-Tecnologia CRISPR

A CRISPR (Conjunto de Repetições Palindrômicas Curtas Regularmente Espaçadas) é uma solução para editar genes que os pesquisadores podem usar no tratamento de doenças como o angioedema hereditário.

Em 2020, os vencedores do prêmio Nobel de Química, a Dra. Jennifer Doudna e Dra. Emmanuelle Charpentier, foram laureadas pelo desenvolvimento da técnica. 

O tratamento tem um enorme potencial no tratamento de doenças que possuem causa genética, como câncer e doenças monogênicas e infecciosas, como hepatite B e o HIV.

4 -Softwares capazes de reconhecer sintomas

Existem plataformas alimentadas com uma variedade de sintomas de doenças para ajudar no diagnóstico. Dentre essas, podemos citar a SMA Early Signs, desenvolvida para auxiliar pessoas que possam ter SMA (em português, Atrofia Muscular Espinhal), uma doença genética causada pela ausência ou mutação do gene SMN1.

Os profissionais de saúde e a rotina de pacientes com patologias degenerativas

Enquanto esses avanços da ciência no tratamento de doenças degenerativas ainda estão em andamento, é importante manter a qualidade de vida dos pacientes que enfrentam amplos desafios em sua rotina. Dessa forma, os profissionais de saúde têm um papel crucial.

Alguns estudos mostram a importância de oferecer cuidados a esses pacientes. O Núcleo de Pesquisas em Doenças Crônico-Degenerativas (NAP-DCD) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP favorece a interdisciplinaridade de estudos ligados aos aspectos de avaliação, prevenção e intervenção nestas doenças. 

Além de investigar também o controle motor, as repercussões musculoesqueléticas, cardiorrespiratórias e metabólicas, bem como a avaliação do efeito de diferentes intervenções terapêuticas nos pacientes.

Quer saber mais informações para profissionais da enfermagem? Então confira os artigos publicados em nosso blog.

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