Ao longo da última década, os casos de sífilis aumentaram em todo o mundo. Entre as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), a doença foi a que mais cresceu no Brasil nesse período, segundo o Ministério da Saúde.
A princípio, esse aumento ocorreu por causa de muitos fatores, sobretudo a dificuldade no acesso à testagem rápida e a desinformação sobre a doença. Aliás, esse último leva muitas pessoas a manterem relações sexuais sem o uso de preservativos.
Neste artigo, você verá informações importantes sobre sífilis como dados geográficos, testes e dicas para compartilhar com seus pacientes.
A sífilis em números no Brasil e no mundo
Entre 2010 e 2020, o número de casos de sífilis teve um aumento assustador no país: saltou de 3.936 para 115.371, segundo o Ministério da Saúde. Ou seja, os casos cresceram nada menos que 28 vezes em apenas dez anos.
Além disso, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) também registrou um crescimento no número de casos de sífilis congênita nos países da América: foram mais de 29 mil em 2020. Vale lembrar que, em recém-nascidos, a doença pode causar deficiências graves e, durante a gravidez, provocar aborto espontâneo e morte fetal.
Atualmente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), se estima que mais de 12 milhões de pessoas vivem com a doença em todo o mundo.
Quatro informações que seu paciente com sífilis precisa saber
Sem dúvidas, a enfermagem tem um papel importante no combate à doença, afinal de contas, o enfermeiro é quem:
- Notifica os casos da doença para os órgãos competentes;
- Faz o diagnóstico;
- Direciona o paciente ao tratamento adequado.
Além disso, sua atuação está ligada a uma assistência de pré-natal adequada e precoce, a fim de identificar, diagnosticar e tratar casos de sífilis congênita. É importante ressaltar que, apenas em 2020, houve 22.065 casos da doença no país, segundo dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).
Conheça mais sobre o que o seu paciente diagnosticado precisa saber.
1. Explique que você pode prescrever medicamento para o combate à sífilis
A princípio, isso pode causar uma dúvida no seu paciente, pois, na maioria dos casos, essa é uma função do médico. Contudo, vale ressaltar que o enfermeiro é um profissional completo, que acompanha o paciente em diversas etapas de seu atendimento de saúde.
Conforme a Lei nº 7498/86, da Anvisa, os enfermeiros podem prescrever medicamentos antimicrobianos aprovados pela instituição de saúde. Em outras palavras, no caso do tratamento da sífilis, esses profissionais receitam antibióticos, como, por exemplo, a benzetacil.
2. Com tratamento indicado, chances de cura são de quase 100%
As taxas de cura da sífilis são altas, chegando a nada menos que 98%. Outros pontos a serem destacados sobre o tratamento:
- Pode ser encontrado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS);
- É rápido, com uma duração entre uma e três semanas.
Por outro lado, também é importante ressaltar ao paciente que, caso não tratada corretamente, a sífilis pode durar até mais de dois anos. E, em casos graves, causar danos a outras partes do corpo, como lesões na pele e nos ossos, além de complicações nos sistemas nervoso e cardiovascular, podendo até mesmo levar à morte.
3. Indique a abstenção sexual durante o tratamento
Cabe ao enfermeiro reforçar com o paciente a importância da abstenção sexual até sete dias após o fim do tratamento, para evitar a transmissão da infecção. Do mesmo modo, é papel do enfermeiro orientá-lo a comunicar seus parceiros sexuais, para que também possam ser testados e, se resultarem positivos para a doença, sejam tratados.
Além disso, a sífilis possui uma relação perigosa com outra IST: o HIV. Em caso de relações sexuais desprotegidas com pessoas portadoras do vírus, as feridas nas regiões íntimas decorrentes da sífilis favorecem o contágio pelo HIV.
Com as defesas do corpo prejudicadas, uma pessoa com sífilis fica sujeita a quadros mais graves da doença, com aumento das lesões e mais chances de invasão da doença ao Sistema Nervoso Central (SNC).
4. Explique sobre o teste VDRL
Acima de tudo, estabeleça uma relação de confiança com o paciente, explicando as principais etapas do processo de diagnóstico e tratamento.
A orientação profissional é muito importante, pois o VDRL, um dos principais testes de detecção da sífilis, costuma apontar um resultado positivo entre quatro e seis semanas após a contaminação. Porém, se feito precocemente, pode resultar em falso negativo.
Bônus: apoie a conscientização
Por fim, é essencial aos profissionais da enfermagem oferecerem informações sobre a prevenção e combate à sífilis não apenas a pacientes, mas para todos em geral. Nesse sentido, deve sempre reforçar a simplicidade do tratamento e a alta taxa de cura da doença.
O apoio às campanhas de conscientização também é fundamental para incentivar a divulgação desse tema, e o principal: ajudar a reduzir as taxas de transmissão da doença e a quebrar tabus.
A saúde é um bem que deve ser cuidado por todos. Então compartilhe esse artigo para que mais pessoas possam se conscientizar e acompanhe mais conteúdos sobre enfermagem em nosso blog!