fbpx

FASIG

Não basta ser pai… O papel da figura paterna na formação do filho

Durante os anos 80 e 90, um comercial de TV tornou-se extremamente popular ao usar o slogan: “Não basta ser pai, tem que participar”. E, ainda hoje, essa frase é usada como resposta para uma importante questão: qual é a importância da figura paterna na formação do filho? E, de fato, participação é uma das palavras-chave.O pai sempre foi, ao lado da mãe, figura determinante nesse contexto. Afinal criar e cuidar de uma criança não é (e nunca foi) uma tarefa simples.

Porém, a crescente presença da mulher no mercado de trabalho – sobretudo ao longo das últimas três décadas, trouxe também uma sensível mudança a esse cenário. Vale lembrar que o número de lares brasileiros chefiados por mulheres cresceu, apenas entre 1995 e 2015, de 23% a 40%, de acordo com a pesquisa Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

É cada vez mais comum que pais assumam os cuidados com os filhos de maneira mais compartilhada com a mãe; e, até mesmo, restrinjam-se ao lar para essa tarefa. Essa, aliás, não é uma exclusividade brasileira, mas cada vez mais presente nas grandes economias mundiais. Por exemplo: os Estados Unidos. Em 2015, uma pesquisa do jornal norte-americano The New York Times revelou que mais de meio milhão de pais ficavam em casa cuidando de seus filhos. Por conta desse novo cenário, preparamos esse post exclusivo no blog da FASIG, que aborda um pouco sobre o papel do pai em três momentos distintos da criação de um filho: infância, ingresso da criança na escola e adolescência.

Pai, o primeiro contato além do eixo bebê-mãe

A origem das emoções humanas está intimamente relacionada às experiências vividas aproximadamente até os seis primeiros anos de vida de uma pessoa. As funções cerebrais responsáveis por diversas habilidades requeridas ao longo da vida são constituídas nesse período. E, a partir dos registros dessa vivência, no subconsciente da criança será determinado os modelos de relacionamento que ela terá ao longo de sua vida.

Diante disso, o pai possui um papel instigante e determinante durante este período. Afinal, ele é a primeira referência que o bebê possui além do eixo com sua mãe, constituído ao longo da gestação e de sua necessidade fisiológica de alimentação, por meio do aleitamento materno. Ao longo dessas interações iniciais entre pai e filho, a criança nota que também pode estabelecer uma relação afetuosa e de acolhimento. E essas interações positivas tendem a contribuir para transformá-la em crianças mais seguras e confiantes, características que, inclusive, poderão ser levadas e usufruídas por toda a sua vida.
Confira algumas recomendações aos pais para ajudar na formação de seu filho:

  • Acaricie a barriga da mãe durante a gravidez. De acordo com estudos, auxilia o bebê a ser mais seguro e sentir-se mais amado;
  • Busque compartilhar, ao máximo, o tempo junto e as tarefas no cuidado com o bebê;
  • Procure transmitir confiança à criança em todos os seus desafios (seja engatinhar, andar, desenhar, etc.);
  • Busque uma abordagem amigável quando for discipliná-los;
  • Dê mais de uma opção à ele, por exemplo, quando for se vestir. Isso o ajudará a afinar o senso de escolha, que o acompanhará pela vida inteira.

A importância do pai à criança na escola

Se os primeiros anos de vida de uma criança são determinantes para a formação de suas emoções, a época escolar representa seu primeiro “grande desafio” fora de casa. Essa nova fase traz desafios aos pequenos, como interagir mais ativamente com pessoas além do vínculo familiar e submeter-se a um sistema de avaliação.

Claro que vivências positivas poderão ajudar a criança a ser mais segura nesses desafios, contudo (como pais e mães sabem!) é necessário ir além da boa formação à criança nos primeiros anos. É preciso acompanhá-la nesse período. 
Inúmeras pesquisas indicam que escolas com maior participação dos pais dos alunos apresentam rendimentos mais positivos, assim como índices menores de indisciplina e violência.
Nesse sentido, algumas ações são extremamente recomendadas aos pais:

  • Visitar a escola sempre que possível;
  • Frequentar reuniões;
  • Identificar, por meio de conversa e análise de desempenho, quais matérias o filho está bem ou mal, quais a criança gosta ou não;
  • Incentivar o filho quando esse conquistar boas notas;
  • Em caso de notas baixas, evitar comparações com outros;
  • Auxiliá-lo nos estudos;
  • Acompanhar a produção das lições em casa;
  • Conversar sobre a relação com professores e colegas;
  • Procure identificar se ele sofre (ou aplica) bullying;
  • Proporcionar um ambiente tranquilo e adequado aos estudos em casa;
  • Incentivar a leitura, a integração com as pessoas e a prática de esportes.

Chegou a adolescência… E agora?

Esse é um dos períodos mais “temidos” pelos pais. Afinal, ser adolescente não é fácil: é um período repleto de mudanças, questionamentos e descobertas. Porém, é uma época em que o papel do pai se fortalece e não apenas por estabelecer limites, a fim de poupar o filho de eventuais riscos. Oferecer suporte emocional e afeto, inclusive diante de eventuais agressividades, também ajudará o adolescente.

Embora a adolescência passe a impressão de liberdade – o famoso “eu sei me cuidar”, a presença e o companheirismo paterno é fundamental para auxiliá-los e também manter o vínculo pai-filho intacto. O segredo nessa época é manter a calma e entender que muito do ocorrido na adolescência deve-se a transformações hormonais, que marcam o meio-tempo entre a infância e a vida adulta.

Alguns pontos que o pai (e a mãe) deve considerar sobre filhos adolescentes:

  • Eles provavelmente vão procurar uma turma, um grupo, para fortalecer a sua identidade, algo que influenciará corte de cabelo, vestuário, hábitos;
  • Mostre-se sempre acessível, aberto ao diálogo – alheio ao tema;
  • Busque maneiras de observá-los, porém sem violar a sua privacidade;
  • Procure entendê-los, suas rotinas e seus amigos, seus projetos, e ver maneiras para compartilhar experiências afetivas e emocionais;
  • Não se esqueça de elogiá-los – é tão importante quanto cobrá-los;
  • Fique atento a vícios de qualquer espécie. Mostre-se aberto a conversa e ao apoio.

Evidentemente a paternidade não se restringe da infância à adolescência. Porém, se você cumpriu bem o seu papel durante esse período, é muito provável que tenha ajudado a construir um adulto consciente, que levará esses bons ensinamentos ao mundo.
Nessa data especial, a FASIG deseja um feliz Dia dos Pais!

Compartilhe: