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O Desafio da divulgação da pesquisa brasileira

Na década de 60, a publicação de um trabalho em revista especializada internacional era extrema- mente trabalhosa e raramente os periódicos aceitavam a publicação. Os gastroenterologistas brasileiros tinham muitas dificuldades em construir um texto em formato científico, seja pela falta de orientação, seja pela pouca oportunidade.

Desta maneira, os médicos do instituto resolveram fundar um periódico que pudesse transmitir o conhecimento de sua atividade de pesquisa e abriram este espaço para outros que não pertencentes ao IBEPEGE.

Assim nasceu uma revista científica, ecumênica e neutra, agregando resulta- dos de vários centros de pesquisa de todo o país, que agora tinham um veículo para divulgar os resultados de diversos trabalhos de pós-graduação de todo o Brasil e de pesquisadores independentes.

A gastroenterologia florescia como especialidade e o IGESP já naquela época contava com os maiores nomes em seu corpo clínico. Dentre muitos podemos citar, os professores Agostinho Betarello, Henrique Valter Pinotti, Silvano Raia, José Vicente Martins Campos, José de Souza Meirelles, entre outros expoentes. Mais, se formaram discípulos que ainda hoje encabeçam os melhores serviços e pós-graduações do Brasil.

O IBEPEGE protagonizou 170 teses de mestrado e outras tantas de doutorado associada à Universidade de São Paulo, Escola Paulista de Medicina e a PUC de Sorocaba. A revista Arquivos de Gastroenterologia cresceu dentro desta formação acadêmica de excelência e através dos seus mais de 50 anos de sua existência atravessou crises financeiras, políticas, editoriais, mas nunca perdeu seu foco. Os editores mantiveram sempre o objetivo para a qual foi fundada e assim permanece até hoje.

“Durante meu trabalho junto ao Hospital IGESP, desde 1980, sempre me envolvi com a carreira médica, seja a minha ou de outrem. Segui todos os passos necessários para a formação: residência, mestrado, especialização, pós-mestrado no exterior e como retribuição dou minha contribuição para a formação de novos especialistas, seguindo os princípios de Hipócrates”, comenta Dr. Ricardo Guilherme Viebig, Editor Executivo da Revista.

Nos últimos 16 anos, a Arquivos atravessou inúmeras mudanças, sempre positivas e continua em constante crescimento. “Esta editoria me fez crescer profissionalmente e ampliou minha cultura médica. Portanto, faço este trabalho com muito prazer e como forma de retribuir”, destaca Dr. Ricardo

Não existe publicação em língua portuguesa ou hispânica que seja comparável no conteúdo e importância no contexto da Gastroenterologia. O crescimento gradual e o fluxo de publicações vêm aumentando anualmente. Cada vez mais a Revista recebe artigos estrangeiros que se submetem ao crivo dos editores associados.

A Arquivos foi uma das primeiras escolhidas para participar de uma plataforma conhecida por SciELO ( Scientific Eletronic Library Online), projeto desenvolvido pela Biblioteca Regional de Medicina e FAPESP, que oferece a oportunidade de gerenciamento e hospedagem eletrônica do periódico, facilitando a comunicação entre autores, revisores e editores, enfim, agilizando o processo editorial, além de proporcionar aumento de visibilidade junto à comunidade científica.

Este processo é importante e diferente de outros periódicos, pois permite acesso livre aos trabalhos, sendo nada cobrado dos autores ou dos leitores. Há mais de 15 anos este periódico é distribuído de forma impressa a mais de 7000 especialistas do Brasil e do mundo, de forma gratuita. Sua produção vem da parceria do IBEPEGE-IGESP com o Laboratório TAKEDA, que dá suporte à impressão e distribuição.

Atualmente a Revista conta com um corpo de editores nacionais e internacionais que além de publicar, atuam como consultores de qualidade dos trabalhos. O sistema de revisão por pares no qual os revisores julgam a qualidade da pesquisa sem conhecer sua origem é utilizado há muitos anos seguindo o critério mais recomendado internacionalmente.

Para atingir padrões internacionais a Revista passou a ser editada totalmente em inglês desde 2009, reservando o direito de ainda ter um resumo em português para cada trabalho.

São publicados por ano cerca de 70 artigos, além de produzir edições especiais conhecidas com suplementos, sobre determinado assunto, atualizando os especialistas com informações relevantes e recentes. Os suplementos mais recentes foram de Hepatologia e de Doenças Funcionais do Aparelho Digestivo.

A Arquivos de Gastroenterologia pela sua excelência foi escolhida como órgão oficial de divulgação de sociedades médicas relevantes, a saber: Fede- ração Brasileira de Gastroenterologia (FBG),

Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD), Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) , Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia (SBMDN) e Sociedade Brasileira de Nutrição Enteral e Parenteral (SBNPE). Mantém com elas uma relação positiva para não só divulgar pesquisas, mas também orientar seus associados na elaboração de textos, pesquisas e como meio de divulgação de suas atividades. Atualmente veicula os Anais da Sema- na do Aparelho Digestivo, o maior congresso da especialidade na América Latina.

O processo de modernização dos Arquivos é constante, com adição de novos projetos e ferramentas. A produção de um site e da possibilidade de ampliar trabalhos publicados via eletrônica, vai permitir ainda mais penetração no contexto internacional. Dr. Ricardo conta que há alguns anos fez a promessa de manter viva esta publicação. Promessa cumprida, ele destaca que não fez isto sozinho e faz questão de agradecer às pessoas que tiveram enorme importância para esta continuidade citando a Sra. Maria Cecilia Pinheiro em especial, por ter dedicado sua vida profissional inteiramente à Revista, agora substituída por Mariana Rodovalho Pereira.

Os Drs. Mounib Tacla e Fernando Pardini que assumiram este compromisso com ele junto ao Fundador da Revista e que permanecem contribuindo na direção. “Agradeço à atual diretoria do Hospital IGESP e do IBEPEGE, em especial Sr. Fernando José Moredo e Dr. Alcides Felix que tiveram a visão da importância dos Arquivos e deram total apoio a sua continuidade e aprimoramento”, conclui Dr. Ricardo Guilherme Viebig.

 

 

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