fbpx

FASIG

Pessoas com Deficiência (PCD): como apoiar inclusão e acessibilidade na saúde?

Pessoas com deficiência

Preparamos este artigo, principalmente para oferecer dicas para profissionais de saúde que querem promover mais acessibilidade a pessoas com deficiência em hospitais, clínicas e outros ambientes, e também apresentar números que mostram a expressividade desta população no Brasil. Confira!

Quantas pessoas com deficiência há no Brasil?

Antes de respondermos essa pergunta é importante entender o significado de Pessoa com Deficiência (PCD). No país, a definição legal vem do artigo 2º da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, também conhecido como Estatuto da Pessoa com Deficiência.

De acordo com a lei“considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”.

Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), 17,3 milhões de pessoas com dois anos ou mais de idade têm algum tipo de deficiência. Ou seja, o equivalente a 8,4% da população do país.

Vale destacar que, desse número, quase metade (49,4%) é formada por idosos. Aliás, na faixa etária a partir dos 60 anos, uma a cada quatro pessoas possui algum tipo de deficiência.

O Brasil oferece acessibilidade e inclusão a PCD?

Curiosamente podemos afirmar que essas áreas alternam entre bons e maus resultados no país. Positivamente , podemos mencionar que somos g vtop dez (entre 137 países) no ranking de Acessibilidade Digital da ONU, o Índice DARE.

 Entre os itens analisados neste estudo estão:

  • Compromissos legais, regulatórios, políticas e programas do país em torno da causa.
  • Capacidade de implementação.
  • Resultados reais de acessibilidade digital para pessoas com deficiência em dez áreas de produtos e serviços.

Apesar desse bom resultado, vale destacar que ainda há um longo caminho a ser percorrido a favor desse grupo. E isso envolve desde a estrutura de ensino tradicional, seja público ou particular, até o mercado de trabalho.

De acordo com o Censo Escolar 2018, do Instituto Nacional e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), apenas 31% das escolas no país oferecem espaços adequados a estudantes com algum tipo de deficiência.

Já em termos de mercado de trabalho, apesar de um crescimento na contratação de PCD ao longo dos últimos anos, a inclusão da pessoa com deficiência ainda é muito baixa.

Segundo estudo do IBGE, divulgado em 2021, apenas 28,3% do público PCD em idade de trabalhar (14 anos ou mais) estão empregados. Entre as pessoas sem deficiência, o índice é mais que o dobro: 66,3%.

É importante lembrar que a Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência, de 1991, estabelece a obrigatoriedade de contratação de PCD para empresas que tenham ao menos 100 funcionários.

Como promover a acessibilidade e inclusão na área da saúde?

Conheça quatro dicas para profissionais de saúde que buscam gerar mais qualidade no atendimento da PCD, bem como ajudar no desenvolvimento de colegas de trabalho com deficiência.

Dica 1: não ignore a deficiência da pessoa

Você se lembra sobre a menção a igualdade de condições do artigo 2º da Lei Brasileira da Inclusão a PCD, que trouxemos no início deste artigo?

Pois bem, reconhecer que a pessoa possui uma deficiência é fundamental nesse ponto. Afinal, fará com que a equipe médica ofereça o suporte necessário para que haja segurança na locomoção do paciente no ambiente médico e ao próprio atendimento, como um todo.

Nesse sentido, o profissional de saúde deve se colocar à disposição para ajudar, sem subestimar ou superestimar o paciente.

Dica 2: seja mentor profissional de colegas com deficiência no seu setor

A PCD contratada possui qualidades técnicas necessárias para executar sua função. Em outras palavras, desempenhará um papel importante para a equipe hospitalar, inclusive tendo a mesma chance de progressão de carreira que pessoas sem deficiência.

Portanto, é essencial que, assim como a qualquer recém-contratado, o profissional de saúde transmita suas vivências e saberes para a PCD em seu departamento. Para isso, deve auxiliar e acompanhar seu desenvolvimento, aprendizado e evolução no cargo.

Dica 3: fique atento aos espaços de seu hospital ou clínica

Apesar de as instituições de saúde contarem com equipes e regulamentos voltados para que esses espaços sejam acessíveis à pessoa com deficiência, a observação do profissional que cuida da locomoção dessas pessoas é muito bem-vinda. Afinal, pode gerar sugestões e ideias para que esses ambientes se tornem ainda mais seguros e práticos ao público PCD.

Dessa maneira, o profissional de saúde pode indicar essas observações às equipes responsáveis, ou ainda participar de reuniões/comitês internos sobre o tema.

Dica 4: busque uma comunicação eficiente com a PCD

Como sabemos, há vários tipos de Pessoas com Deficiência, e parte delas precisam de uma comunicação específica. Sendo assim, o profissional de saúde pode aprender a linguagem de libras (PCD auditivo).

Outra forma é estimular a adequação da comunicação no seu local de trabalho, como a adoção do braille (PCD visual) em informativos do local.

Não hesite: denuncie qualquer forma de preconceito!

Embora hospitais, clínicas e demais locais voltados à saúde tenham o dever de promover a inclusão, a igualdade e o cuidado com o público PCD, infelizmente podem ocorrer casos de preconceitos, seja por parte dos profissionais, pacientes e até acompanhantes.

Nesses casos, faça uma denúncia para a ouvidoria da instituição. Em casos mais graves, você pode telefonar ao Disque 100, serviço do Governo Federal que analisa e encaminha denúncias de violações de direitos humanos a diversos grupos, como a PCD.

 

Quer conferir mais dicas para enfermeiros e demais profissionais de saúde? Então leia mais artigos em nosso blog.

Compartilhe: