Antes de mais nada, não há dúvidas de que as mulheres são maioria na Enfermagem. Segundo levantamento do Cofen – Conselho Federal de Enfermagem, 84,6% do quadro profissional da área é composto por mulheres.
O fenômeno pode ter origem em tempos remotos, nos quais a divisão social dos grupos primitivos concedeu à mulher o papel de cuidar das crianças, velhos e doentes. Porém, esse raciocínio é limitado porque há outras questões por trás da relação do feminino com a prestação do cuidado que culminou na Enfermagem.
A história e as mulheres na Enfermagem
Registros históricos sugerem que o cuidado do bem-estar avançou das famílias para as comunidades, onde as mulheres assumiam esse trabalho considerado desprestigiado.
Até meados do século XIX, a função servia de punição para criminosos em hospitais católicos, junto às religiosas sob juramento de sacrifício e abnegação. Foram anos neste cenário. Contudo, quando a britânica Florence Nightingale se interessou pela filantropia, a história da Enfermagem mudou para sempre.
Florence foi uma mulher privilegiada, com o acesso à cultura e à educação. Ela não teve o apoio de sua abastada família para ser enfermeira, mas estudou a profissão na Alemanha. Determinada, conseguiu promover reformas expressivas na saúde da Grã Bretanha, sendo convidada pelas autoridades para dirigir um grupo de enfermeiras na guerra da Crimeia.
Então, seu trabalho foi reconhecido pela imprensa e pela população. Assim, Florence ajudou a criar bases para a evolução da Enfermagem no mundo e trouxe um tom vocacional para a profissão.
Por exemplo, aqui no Brasil, a enfermeira Anna Nery foi pioneira da profissão durante a guerra do Paraguai, em uma trajetória muito semelhante à da colega inglesa.
Desafios das mulheres na Enfermagem
Para a FNE – Federação Nacional dos Enfermeiros, as mulheres ainda enfrentam a jornada do lar, do relacionamento e dos filhos, mas isso não é tão discutido publicamente.
Na área da saúde, muitas enfermeiras e gestoras ainda enfrentam atitudes machistas de pacientes e colegas, além da diferença de ganhos salariais no mercado de trabalho.
Logo, ainda há um grande desafio de conscientização sobre a enfermeira, a fim de evitar que ela abandone a carreira por questões de respeito e valorização da mão de obra. O preconceito esconde uma visão de inferioridade, que questiona a capacidade técnica da mulher. E, para conter essas atitudes, muitas enfermeiras investem na carreira.
Expectativas de futuro para as enfermeiras
Espera-se que a mulher se defenda por meio da máxima capacitação, mostrando conhecimento profissional, exaltando o orgulho do que faz e do que estuda.
Esse protagonismo das mulheres na Enfermagem já incluiu até representantes na política e no ativismo social em busca de melhores condições de trabalho para a categoria. Conquistas como essa são reflexos das lutas históricas que aproximaram a mulher da ciência. Grandes mulheres que se ergueram com muita dedicação, ousadia e preparo.
A Enfermagem só tem a crescer com a enfermeira buscando melhores oportunidades de estudo, qualificação e especialização para garantir o seu espaço. Todavia, esse conjunto de avanços deve ir além do trabalho, envolvendo o bem-estar social e a saúde dessa mulher, permitindo mais visibilidade e oportunidade de realização pessoal.
Conselhos para as enfermeiras
Além de estudar cada vez mais, outra dica importante é denunciar toda forma de abuso ou irregularidade para as autoridades. Nesse sentido, à medida que a sociedade se torna mais justa com as mulheres, automaticamente a Enfermagem dará grandes passos.
Por fim, refletir sobre as mulheres na Enfermagem é um exercício pela cidadania, considerando a vida feminina profissional, individual e coletiva.
A FASIG homenageia as mulheres na Enfermagem e apoia as enfermeiras em busca de uma vida profissional saudável, ética e edificante.
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