fbpx

FASIG

Censo dos enfermeiros no Brasil

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca da metade dos 3,5 milhões de trabalhadores da área de saúde no país atuam na Enfermagem. Desses, 80% são técnicos e auxiliares, e 20%, enfermeiros, de acordo com a pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil, realizada em 2015.

Os resultados também apontam desgaste dos profissionais em 66% dos entrevistados, e grande concentração da força de trabalho na Região Sudeste (mais da metade das equipes consultadas).

Este foi o mais amplo levantamento sobre uma categoria profissional já realizado na América Latina, e abrange um universo de 1,6 milhão de profissionais. O estudo foi organizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por iniciativa do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).

A pesquisa sobre o Perfil da Enfermagem, que abrangeu aproximadamente 50% dos municípios brasileiros – e em todos os 27 estados da Federação, inclui desde profissionais no começo da carreira (auxiliares e técnicos, que iniciam aos 18 anos; e enfermeiros, aos 22) até os aposentados (pessoas de até 80 anos).

De acordo com Maria Helena Machado, coordenadora-geral do estudo e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), foi traçado o perfil da grande maioria dos trabalhadores que atuam no campo da saúde. 

Trata-se de uma categoria presente em todos os municípios, fortemente inserida no SUS e com atuação nos setores público, privado, filantrópico e de ensino. Isso demonstra a dimensão da pesquisa, que não contempla apenas os que estão na ativa, mas a corporação como um todo. No quesito mercado de trabalho:

  • 59,3% das equipes de enfermagem encontram-se no setor público;
  • 31,8% no privado;
  • 14,6% no filantrópico;  
  • 8,2% nas atividades de ensino.

A pesquisa foi encomendada pelo Cofen para determinar a realidade dos profissionais e subsidiar a construção de políticas públicas. Manoel Carlos Neri, presidente do Cofen, acredita que esse mapeamento da situação da enfermagem brasileira é um passo necessário para a transformação positiva. Tanto para a população, quanto para os profissionais. 

A seguir, confira outros detalhes da pesquisa.

Renda mensal 

A pesquisa considerou a renda mensal de todos os empregos e atividades que a equipe de enfermagem exerce, e constatou que 1,8% de profissionais na equipe (em torno de 27 mil pessoas) recebem menos de um salário-mínimo por mês. A pesquisa encontra um elevado percentual de pessoas (16,8%) que declararam ter renda total mensal de até R$ 1.000. 

Dos profissionais da enfermagem, a maioria (63%) tem apenas uma atividade/trabalho. Os quatro grandes setores de empregabilidade da enfermagem (público, privado, filantrópico e ensino) apresentam subsalários. 

O privado (21,4%) e o filantrópico (21,5%) são os que mais praticam salários com valores de até R$ 1.000. Em ambos, os vencimentos de mais da metade do contingente lá empregado não passa de R$ 2.000.

Gênero

A equipe de enfermagem é predominantemente feminina, sendo composta por 84,6% de mulheres. É importante ressaltar, no entanto, que mesmo tratando-se de uma categoria feminina, registra-se a presença de 15% dos homens.

Profissionais qualificados 

O desejo de se qualificar é um anseio do profissional de enfermagem. Os trabalhadores de nível médio (técnicos e auxiliares) apresentam escolaridade acima da exigida para o desempenho de suas atribuições, com 23,8% reportando nível superior incompleto e 11,7% tendo concluído curso de graduação. 

O programa Proficiência e outras iniciativas de aprimoramento promovidas pelo Sistema Cofen/Conselhos Regionais revelaram ampla penetração, alcançando 94,5% dos enfermeiros e 98% dos profissionais de nível médio (técnicos e auxiliares) que relatam participação em atividades de aprimoramento.

Desemprego aberto

A dificuldade de encontrar emprego foi relatada por 65,9% dos profissionais de enfermagem. A área já apresenta situação de desemprego aberto, com 10,1% dos profissionais entrevistados relatando situações de desemprego nos últimos 12 meses.

Concentração geográfica 

Mais da metade dos enfermeiros (53,9%), técnicos e auxiliares de enfermagem (56,1%) se concentra na Região Sudeste. Proporcionalmente à população, que representa 28,4% dos brasileiros segundo o IBGE, a Região Nordeste apresenta a menor concentração de profissionais, com 17,2% das equipes de enfermagem.

E aí, você já conhecia esta pesquisa? Se reconheceu em alguns destes dados? Compartilhe a sua opinião nos comentários. 

Compartilhe: