A enfermagem obstétrica é um segmento em constante crescimento no Brasil e no mundo. Ela é uma especialização para quem é formado em enfermagem e quer atuar em um nicho específico para dar suporte à mulher durante a gravidez, intervindo também nos cuidados com o recém-nascido.
O enfermeiro obstetra oferece apoio profissional e em alguns momentos emocional, ajuda no trabalho de parto, nos cuidados com o bebê, auxilia a mãe no pós-parto, presta todos os atendimentos e sana as suas dúvidas, além de acompanhar a evolução e a amamentação.
Para ingressar neste segmento e aproveitar as melhores oportunidades, separamos neste artigo as principais informações e detalhes sobre enfermagem em ginecologia e obstetrícia e como ser enfermeiro obstetra.
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A saúde gestacional no Brasil ainda exige atenção
Segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, o Brasil conseguiu reduzir em 8,4% a RMM (Razão de Mortalidade Materna), entre 2017 e 2018. Em 2017, a RMM no país foi de 64,5 óbitos, enquanto em 2018, foi de 59,1 para cada 100 mil nascimentos. Porém, o Painel de Monitoramento da Mortalidade Materna da Secretaria de Vigilância em Saúde de 2021 informa que o Brasil teve uma média de 107 mortes para cada 100 mil nascimentos.
Ainda, segundo o Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 (OOBr Covid-19), em 2020, aproximadamente 560 gestantes e puérperas morreram por causa de complicações causadas pelo coronavírus. E em 2021, mais de 1.156 óbitos foram registrados.
Esses dados mostram que o Brasil não alcançou as metas da ONU, os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, no qual o país deveria ter baixado em 75% as mortes maternas em 2015, pois chegou a uma redução de apenas 57%. O mesmo cenário parece se repetir até o novo prazo em 2030, segundo os dados apresentados até agora.
Tudo isso reforça que os cuidados obstétricos são indispensáveis, pois muitas ameaças são evitáveis com a atenção pré-natal, ao parto, pós-parto e ao recém-nascido. É aí que entra o papel do enfermeiro especializado em enfermagem obstétrica, que percebe as necessidades da mãe e proporciona conforto, acolhimento e segurança no tratamento. Com isso, reduz as intervenções durante o parto, por exemplo, e auxilia para que tudo saia como o planejado.
Entretanto, ainda há muito a ser feito para melhorar a saúde gestacional das mulheres brasileiras, principalmente em locais mais afastados dos grandes centros urbanos, que têm acesso restrito ao atendimento médico ou hospitalar.
O que faz um profissional de Enfermagem obstétrica?
O enfermeiro generalista pode auxiliar a gestante em todas as fases da gravidez. Porém, nas emergências ou cesarianas, o suporte de um profissional de enfermagem ginecológica e obstétrica é muito mais recomendado, inclusive na condução do pós-parto.
O enfermeiro obstetra além de cuidar e priorizar a saúde da mãe e do bebê, oferece uma segurança maior na assistência pré-natal, onde são detectadas e tratadas possíveis situações de risco.
Além disso, este especialista tem autonomia para a administração de anestesias locais, para realização de alguns procedimentos, e também acompanha as transformações corporais e as vulnerabilidades femininas. Podemos destacar, por exemplo, a experiência maior em relação aos ciclos menstruais e à saúde das mamas.
Ele, juntamente da equipe médica, pode realizar partos em hospitais e maternidades, mas também pode trabalhar em postos de saúde e laboratórios. Outra atividade a se considerar é a educacional, com programas para instrução da população. Há também, possibilidades na carreira acadêmica como docente ou pesquisas em universidades.
Mercado de trabalho em alta e repleto de oportunidades
Segundo o Ministério da Saúde, desde de 2002, a cada ano ocorrem cerca de 3 milhões de nascimentos no Brasil, no qual 98% acontecem em instituições de saúde.
Percebemos com essa informação, que existe uma grande oportunidade para profissionais de enfermagem especializados em ginecologia e obstetrícia. Outro motivo que impulsiona a valorização e demanda por esses profissionais, é a popularização dos partos naturais e humanizados, muitas vezes realizados em casa ou pequenas clínicas. Uma enfermeira obstetra pode atuar junto ou estudar para ser doula e para realização desses partos.
Mas quais são os três critérios indispensáveis para quem atua na área de enfermagem obstétrica?
Um enfermeiro obstetra precisa considerar alguns pilares para atuar na área, como mais acolhimento às mães, conhecimento em atendimentos de emergência e uma especialização em amamentação.
Saiba a seguir mais detalhes sobre cada um dos critérios:
1 – Expanda sua habilidade de acolhimento
O acolhimento das mães deve ser uma das prioridades para o enfermeiro obstetra, porque a gravidez traz diversas alterações hormonais que impactam no comportamento da mulher e na sua vida como um todo, além de muitas dúvidas e receios.
Este apoio emocional durante a gravidez e no pós-parto é fundamental, por isso é importante que o profissional pratique em seu dia a dia, nas mais diversas situações, a empatia, o amparo psicológico e a paciência. É importante também ler muito sobre o assunto e fazer alguns cursos sobre inteligência emocional, por exemplo.
2 – Tenha amplo conhecimento e competência para atendimentos de emergência obstétrica
Segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de 2021, em 2019 ocorreram 1.655 óbitos maternos diretos e indiretos, sendo 65,7% dos óbitos de causas obstétricas diretas, como:
- complicações durante a gravidez;
- hipertensão;
- complicações no parto, como hemorragia;
- intervenções desnecessárias;
- complicações no aborto;
- infecções puerperais;
- entre outras.
Já as causas obstétricas indiretas são responsáveis por 30,4% dos casos de mortalidade materna e acontecem devido a doenças pré-existentes à gestação ou que se agravaram durante a gravidez, como diabetes, por exemplo. E 3,9% dos óbitos são de causas obstétricas inesperadas.
Sabendo disso, o profissional de enfermagem obstétrica deve conhecer e estudar profundamente os processos de atendimento para essas situações de emergência e urgência.
3 – Especialize-se
Além da graduação na área de Enfermagem um enfermeiro obstetra precisa de uma especialização ou pós-graduação. Mas é preciso também buscar capacitações que complementam o conhecimento na área e tragam diferenciais para o currículo.
Um bom exemplo, é o curso livre de Capacitação em Amamentação da FASIG, que tem como objetivo tornar o profissional especialista em aleitamento materno. Ele é coordenado por uma pediatra, Dra. Patrícia Terrivel, especialista em amamentação, que dará toda bagagem necessária para este profissional auxiliar as mães e seus bebês no processo de amamentação.
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